Uma oração intercessória pela Igreja (19)
4.1.1. Fé no Senhor Jesus: O Enviado de Deus (Continuação)
3) No Enviado de Deus vemos o modelo de obediência perfeita
Em Cristo, portanto, temos o modelo de obediência que o Pai requer de nós. A obediência de Cristo é um testemunho de que o Pai lhe enviou: “….as obras que o Pai me confiou para que eu as realizasse, essas que eu faço testemunham a meu respeito de que o Pai me enviou (a)poste/llw)”(Jo 5.36). “…. o enviado (a)poste/llw) de Deus fala as palavras dele….” (Jo 3.34).
4) É impossível crer no Pai sem crer no Enviado
“A obra de Deus é esta: que creiais naquele que por ele foi enviado(a)poste/llw)” (Jo 6.29). Ninguém de fato pode alegar ter fé em Deus, sem crer em Jesus Cristo.
5) Rejeitar o Enviado equivale a rejeitar quem O enviou
Os discípulos por crerem no Filho creram também no Pai. Eles receberam o Enviado e Quem O enviou. Em Jesus vemos o Pai em pessoa. O próprio Senhor afirma: “Quem vos der ouvidos ouve-me a mim; e quem vos rejeitar a mim me rejeita; quem, porém, me rejeitar rejeita aquele que me enviou (a)poste/llw)”(Lc 10.16).
6) A verdadeira paternidade de Deus
Somente em Cristo podemos ter uma relação pessoal com o Pai e, somente pelo Pai reconhecemos o Filho, o enviado.
Aos judeus, tão ciosos de sua filiação genética de Abraão, e de sua filiação divina, Jesus lhes expõe o seu engano. “Replicou-lhes Jesus: Se Deus fosse, de fato, vosso pai, certamente, me havíeis de amar; porque eu vim de Deus e aqui estou; pois não vim de mim mesmo, mas ele me enviou (a)poste/llw)” (Jo 8.42).
A nossa filiação divina tem como ingrediente fundamental a aceitação do Filho. Os filhos de Deus são os que creem em Cristo (Gl 3.26).
Algumas aplicações
a) A vida eterna está diretamente relacionada ao crer em Cristo; o enviado do Pai: “E a vida eterna é esta: que te conheçam a ti, o único Deus verdadeiro, e a Jesus Cristo, a quem enviaste (a)poste/llw)” (Jo 17.3). Não há vida eterna sem a fé em Cristo, o enviado de Deus.
b) A Missão da Igreja inspira-se na missão conferida pelo Pai ao Filho. A oração de Cristo em favor da igreja é para que esta, no cumprimento de sua tarefa, seja um instrumento divino para que o mundo creia:
18 Assim como tu me enviaste (a)poste/llw) ao mundo, também eu os enviei (a)poste/llw) ao mundo. 19 E a favor deles eu me santifico a mim mesmo, para que eles também sejam santificados na verdade. 20 Não rogo somente por estes, mas também por aqueles que vierem a crer em mim, por intermédio da sua palavra; 21 a fim de que todos sejam um; e como és tu, ó Pai, em mim e eu em ti, também sejam eles em nós; para que o mundo creia (pisteu/w) que tu me enviaste (a)poste/llw).(Jo 17.18-21).
Após a ressurreição, Jesus Cristo estabelece a conexão entre a Sua vinda e a missão de Seus discípulos que lhes seria outorgada: “Disse-lhes, pois, Jesus outra vez: Paz seja convosco! Assim como o Pai me enviou (a)poste/llw), eu também vos envio” (Jo 20.21).
c) Na unidade da Igreja o Filho seria reconhecido pelo mundo como Aquele que é amado e enviado do Pai: “22 Eu lhes tenho transmitido a glória que me tens dado, para que sejam um, como nós o somos; 23 eu neles, e tu em mim, a fim de que sejam aperfeiçoados na unidade, para que o mundo conheça (ginw/skw)que tu me enviaste (a)poste/llw) e os amaste, como também amaste a mim”(Jo 17.22-23).
d) A história é regida por Deus que age por intermédio dos meios ordinários e extraordinários para cumprir o Seu propósito glorioso. Jesus Cristo, O enviado de Deus, é o próprio Deus que confere sentido à história e à nossa existência; no final, na consumação da história, nós seremos glorificados nele e Ele será glorificado em nós e por nós (Jo 17.10/2Ts 1.10-12).
e) Não podemos ter uma fé vaga a respeito de quem é Jesus Cristo. A pergunta que continua a ressoar e cuja resposta faz toda a diferença se somos ou não cristãos é: “Mas vós …. quem dizeis que eu sou?” (Mt 16.15).
Considerando a essencialidade desta pergunta e a riqueza e complexidade da revelação bíblica, continuemos a considerar aspectos complementares de uma fé Teocêntrica, uma fé digna de ação de graças (Ef 1.15-16).
Maringá, 7 de abril de 2023.
Rev. Hermisten Maia Pereira da Costa