Uma oração intercessória pela Igreja (145)
“17 De Mileto, mandou a Éfeso chamar os presbíteros da igreja. 18 E, quando se encontraram com ele, disse-lhes: Vós bem sabeis como foi que me conduzi entre vós em todo o tempo, desde o primeiro dia em que entrei na Ásia. (…) 20 jamais deixando de vos anunciar coisa alguma proveitosa e de vo-la ensinar publicamente e também de casa em casa, 21 testificando tanto a judeus como a gregos o arrependimento para com Deus e a fé em nosso Senhor Jesus Cristo. (…) 25 Agora, eu sei que todos vós, em cujo meio passei pregando o reino, não vereis mais o meu rosto. 26 Portanto, eu vos protesto, no dia de hoje, que estou limpo do sangue de todos; 27 porque jamais deixei de vos anunciar todo o desígnio de Deus. 28 Atendei por vós e por todo o rebanho sobre o qual o Espírito Santo vos constituiu bispos, para pastoreardes a igreja de Deus, a qual ele comprou com o seu próprio sangue. 29 Eu sei que, depois da minha partida, entre vós penetrarão lobos vorazes, que não pouparão o rebanho. 30 E que, dentre vós mesmos, se levantarão homens falando coisas pervertidas para arrastar os discípulos atrás deles. 31 Portanto, vigiai, lembrando-vos de que, por três anos, noite e dia, não cessei de admoestar, com lágrimas, a cada um. 32 Agora, pois, encomendo-vos ao Senhor e à palavra da sua graça, que tem poder para vos edificar e dar herança entre todos os que são santificados.33 De ninguém cobicei prata, nem ouro, nem vestes; 34 vós mesmos sabeis que estas mãos serviram para o que me era necessário a mim e aos que estavam comigo. 35 Tenho-vos mostrado em tudo que, trabalhando assim, é mister socorrer os necessitados e recordar as palavras do próprio Senhor Jesus: Mais bem-aventurado é dar que receber” (At 20.17,18,20,21,25-35).
O ministério de Paulo não consistia apenas em anunciar o Evangelho e deixar os convertidos sem uma instrução mais consistente. Ele visava formar discípulos e, entre eles futuros líderes da igreja. Ele trabalhava arduamente nesse propósito. Não foi diferente em Éfeso. Esses presbíteros que agora o ouviam, foram, possivelmente em sua maior parte, evangelizados e discipulados por Paulo.
A igreja, portanto, tem compromisso tanto com a evangelização quanto com a educação cristã.
Nunca devemos separar a evangelização da educação cristã visto que ambas caminham juntas e se completam.
Brunner (1889-1966), enfatiza: “Não podemos pensar na Igreja Cristã sem ensino, assim como não podemos pensar num círculo sem um centro; ensino e ‘doutrina’ fazem parte de sua verdadeira natureza”.[1]
A educação cristã visa conduzir o educando à maturidade espiritual que consiste no processo de submissão de sua mente e coração à obediência de Cristo (2Co 10.1-5).
O novo nascimento não é um produto acabado, antes, o início de um novo caminho de vida modelado pelo Espírito por meio da Palavra. Assim a educação cristã é um processo natural e sobrenatural.[2]
Boice (1938-2000) toca o cerne da questão: “A obra missionária completa é anunciar o Evangelho, ganhar homens e mulheres para Cristo, trazê-los para a comunhão da igreja e, então, cuidar para que se tornem discípulos aprendendo as verdades das Escrituras”.[3]
Compete à igreja, como vimos, a tarefa de promover a fé dos eleitos pois, “é somente através do ministério da Igreja que Deus gera filhos para si e os educa até que atravessem a adolescência e alcancem a maturidade”, instrui-nos Calvino.[4]
São Paulo,11 de setembro de 2023.
Rev. Hermisten Maia Pereira da Costa
[1]Emil Brunner, Dogmática, São Paulo: Novo Século, 2004, v. 1, p. 16.
[2]Perry G. Downs, Introdução à Educação Cristã: Ensino e Crescimento, São Paulo: Editora Cultura Cristã, 2001, p. 64-65.
[3]James M. Boice, Fundamentos da Fé Cristã: Um manual de teologia ao alcance de todos, Rio de Janeiro: Central Gospel, 2011, p. 564.
[4]João Calvino, Gálatas,São Paulo: Paracletos, 1998, (Gl 4.26), p. 144.