Uma oração intercessória pela Igreja (115)
7.4.4.6. O poder de Deus em nossa santificação (Continuação)
O Espírito aplicou os méritos salvadores de Cristo em nosso coração e, nos preserva íntegros até o fim. Nele fomos “selados para o dia da redenção” (Ef 4.30). Pelo fato do Espírito ser Santo, Ele nos quer preservar em santidade até o dia da redenção (Ef 1.13-14).
A fé graciosa que nos faz crer, enxergando a maravilha da boa nova do Evangelho em nossa vida, tratando definitivamente de nosso pecado, perdão e reconciliação, também nos conduz a uma transformação espiritual. A fé que pela graça crê é também a fé que por graça, nos faz obedecer. Crê e obedecer são expressões da graça que opera poderosamente em nós. O arrependimento é a tristeza verdadeira de uma pessoa pelos seus pecados acompanhada da resolução de se afastar deles. Há outras formas de uma pessoa sentir pesar pelos seus erros, cujas motivações são diferentes. Se pecamos e as consequências são desagradáveis, pode ser que sintamos remorso pelo que fizemos, mas isso não é verdadeiro arrependimento. É mera penitência. O verdadeiro arrependimento é a tristeza da pessoa pelo que seu pecado fez contra Deus e pelo mal a ele infligido. Essa tristeza é acompanhada de um desejo genuíno de abandonar o pecado. Há pesar pelo pecado, mesmo que o pecador não tenha sofrido qualquer consequência pessoal por causa dele.[1]
Ryle (1816-1900) coloca a questão de forma contundente:
A fé que não envolve uma influência santificadora sobre o caráter da pessoa não é melhor que a fé dos demônios. Antes, é uma ‘fé morta, por estar sozinha’. Não é o dom de Deus. Não é a fé dos eleitos de Deus. Em suma, onde não há a santificação da vida, não há fé real em Cristo. A verdadeira fé opera através do amor. Ela constrange o homem a viver para o Senhor, movido por profundo senso de gratidão pela redenção recebida.[2]
É fundamental que entendamos que a santificação não é algo separado de nossa regeneração. Não há um hiato na vida cristã ou uma espécie de “segunda bênção”. A salvação como um todo, é operada por Deus, de eternidade a eternidade, envolvendo o nosso crescimento espiritual ou santificação, que consiste no abandono progressivo do pecado em direção a Deus, faz parte essencial da vida do cristão, daquele que foi regenerado por Deus.[3]
Neste processo há a participação do homem regenerado na construção de sua nova caminhada a partir de um coração restaurado e transformado.
O salmista escreve: “A lei do SENHOR é perfeita e restaura (bWv) (shub) a alma….” (Sl 19.7).
O sentido da palavra “restaurar” é o de “refrigerar” (Sl 23.3), “restabelecer” (Sl 60.1; 85.4), “converter” (Ez 14.6). Deus, com sua Palavra, dá-nos alento, trazendo-nos para junto de si mesmo, a fim de que, confiados nele, possamos continuar a nossa caminhada. Deus transforma, converte o nosso desalento espiritual em fervor de serviço.
Deus nos converte por meio de sua Palavra (Rm 10.17; Tg 1.18,21; 1Pe 1.23) e segue nos educando, aperfeiçoando, trazendo refrigério. Ele tira a nossa alma do exílio, para uma viva alegria em sua presença.
Na Palavra, reencontramos o fôlego restaurador da vida. Podemos estar como que “apegados ao pó” em nosso abatimento, mas a Palavra de Deus nos ergue, nos concedendo, pelas promessas dele um ânimo novo, fundamentado na certeza de que Ele reina e está em nós. “Deus emprega sua Palavra como instrumento para a restauração de nossas almas”, comenta Calvino.[4]
Somente o Espírito por meio da Palavra pode nos alimentar, corrigir, animar, conceder-nos real vitalidade amparado nas promessas de Deus. Por isso, usando uma expressão de Lutero, afirmamos que podemos prescindir de tudo, menos da Palavra.[5]
É oportuno fazer aqui uma distinção. A “conversão salvífica”[6] só ocorre uma única vez; é produzida pelo Espírito. Ela não se repete. Vejamos alguns exemplos:
Namã – “Voltou ao homem de Deus, ele e toda a sua comitiva; veio, pôs-se diante dele e disse: Eis que, agora, reconheço que em toda a terra não há Deus, senão em Israel; agora, pois, te peço aceites um presente do teu servo” (2Rs 5.15).
Manassés – “12 Ele, angustiado, suplicou deveras ao SENHOR, seu Deus, e muito se humilhou perante o Deus de seus pais; 13 fez-lhe oração, e Deus se tornou favorável para com ele, atendeu-lhe a súplica e o fez voltar para Jerusalém, ao seu reino; então, reconheceu Manassés que o SENHOR era Deus” (2Cr 33.12-13).
Israel – “Bem ouvi que Efraim se queixava, dizendo: Castigaste-me, e fui castigado como novilho ainda não domado; converte-me, e serei convertido, porque tu és o SENHOR, meu Deus. 19 Na verdade, depois que me converti, arrependi-me; depois que fui instruído, bati no peito; fiquei envergonhado, confuso, porque levei o opróbrio da minha mocidade” (Jr 31.18-19).
“Converte-nos a ti, SENHOR, e seremos convertidos; renova os nossos dias como dantes” (Lm 5.21).
Zaqueu – “8 Entrementes, Zaqueu se levantou e disse ao Senhor: Senhor, resolvo dar aos pobres a metade dos meus bens; e, se nalguma coisa tenho defraudado alguém, restituo quatro vezes mais. 9 Então, Jesus lhe disse: Hoje, houve salvação nesta casa, pois que também este é filho de Abraão” (Lc 19.8-9).
Paulo – “Saulo, respirando ainda ameaças e morte contra os discípulos do Senhor, dirigiu-se ao sumo sacerdote 2 e lhe pediu cartas para as sinagogas de Damasco, a fim de que, caso achasse alguns que eram do Caminho, assim homens como mulheres, os levasse presos para Jerusalém. 3 Seguindo ele estrada fora, ao aproximar-se de Damasco, subitamente uma luz do céu brilhou ao seu redor, 4 e, caindo por terra, ouviu uma voz que lhe dizia: Saulo, Saulo, por que me persegues? 5 Ele perguntou: Quem és tu, Senhor? E a resposta foi: Eu sou Jesus, a quem tu persegues; 6 mas levanta-te e entra na cidade, onde te dirão o que te convém fazer. 7 Os seus companheiros de viagem pararam emudecidos, ouvindo a voz, não vendo, contudo, ninguém. 8 Então, se levantou Saulo da terra e, abrindo os olhos, nada podia ver. E, guiando-o pela mão, levaram-no para Damasco. 9 Esteve três dias sem ver, durante os quais nada comeu, nem bebeu. 10 Ora, havia em Damasco um discípulo chamado Ananias. Disse-lhe o Senhor numa visão: Ananias! Ao que respondeu: Eis-me aqui, Senhor! 11 Então, o Senhor lhe ordenou: Dispõe-te, e vai à rua que se chama Direita, e, na casa de Judas, procura por Saulo, apelidado de Tarso; pois ele está orando 12 e viu entrar um homem, chamado Ananias, e impor-lhe as mãos, para que recuperasse a vista. 13 Ananias, porém, respondeu: Senhor, de muitos tenho ouvido a respeito desse homem, quantos males tem feito aos teus santos em Jerusalém; 14 e para aqui trouxe autorização dos principais sacerdotes para prender a todos os que invocam o teu nome. 15 Mas o Senhor lhe disse: Vai, porque este é para mim um instrumento escolhido para levar o meu nome perante os gentios e reis, bem como perante os filhos de Israel; 16 pois eu lhe mostrarei quanto lhe importa sofrer pelo meu nome. 17 Então, Ananias foi e, entrando na casa, impôs sobre ele as mãos, dizendo: Saulo, irmão, o Senhor me enviou, a saber, o próprio Jesus que te apareceu no caminho por onde vinhas, para que recuperes a vista e fiques cheio do Espírito Santo. 18 Imediatamente, lhe caíram dos olhos como que umas escamas, e tornou a ver. A seguir, levantou-se e foi batizado. 19 E, depois de ter-se alimentado, sentiu-se fortalecido. Então, permaneceu em Damasco alguns dias com os discípulos” (At 9.1-19).
Cornélio – “44Ainda Pedro falava estas coisas quando caiu o Espírito Santo sobre todos os que ouviam a palavra. 45 E os fiéis que eram da circuncisão, que vieram com Pedro, admiraram-se, porque também sobre os gentios foi derramado o dom do Espírito Santo; 46 pois os ouviam falando em línguas e engrandecendo a Deus. Então, perguntou Pedro: 47 Porventura, pode alguém recusar a água, para que não sejam batizados estes que, assim como nós, receberam o Espírito Santo? 48 E ordenou que fossem batizados em nome de Jesus Cristo. Então, lhe pediram que permanecesse com eles por alguns dias” (At 10.44-48).
Lídia –“14 Certa mulher, chamada Lídia, da cidade de Tiatira, vendedora de púrpura, temente a Deus, nos escutava; o Senhor lhe abriu o coração para atender às coisas que Paulo dizia. 15 Depois de ser batizada, ela e toda a sua casa, nos rogou, dizendo: Se julgais que eu sou fiel ao Senhor, entrai em minha casa e aí ficai. E nos constrangeu a isso” (At 16.14-15).
O Carcereiro e seus familiares – “29 Então, o carcereiro, tendo pedido uma luz, entrou precipitadamente e, trêmulo, prostrou-se diante de Paulo e Silas. 30 Depois, trazendo-os para fora, disse: Senhores, que devo fazer para que seja salvo? 31 Responderam-lhe: Crê no Senhor Jesus e serás salvo, tu e tua casa. 32 E lhe pregaram a palavra de Deus e a todos os de sua casa. 33 Naquela mesma hora da noite, cuidando deles, lavou-lhes os vergões dos açoites. A seguir, foi ele batizado, e todos os seus. 34 Então, levando-os para a sua própria casa, lhes pôs a mesa; e, com todos os seus, manifestava grande alegria, por terem crido em Deus” (At 16.29-34).
Esta conversão é radical, envolvendo um novo começo regido, assim, por um conhecimento essencialmente diferente e, consequentemente, a construção de uma nova experiência. Na linguagem do Novo Testamento, a conversão consiste[7] na ressurreição espiritual já que estávamos mortos (Ef 2.1-10); um novo nascimento (Jo 3.1-5),[8] um abrir o coração e os olhos, os iluminando (At 16.14; 2Co 4.4-6), uma nova compreensão (1Jo 5.20).
A conversão teológica tem implicações pessoais e sociais. Digamos assim: a conversão teológica se aperfeiçoa e se evidencia em nosso perceber a realidade e atuar. Somos interiormente mudados e isto se reflete em todas as nossas relações. Há um redirecionamento de nossa vida à medida que somos refeitos à imagem de Cristo. Como não somos perfeitos e jamais o seremos nesta vida, haverá sempre a necessidade do aperfeiçoamento dessa conversão, marcada pelo arrependimento e um novo rumo em nossa vida (Vejam-se: 2Sm 12.13; Sl 51.10-12; Mt 26.75/Lc 22.32; Lc 17.3-4; Rm 13.14; Ef 4.22-24; Ap 2.4-5,16; 21-22; 3.3,19).
Somos intimados, biblicamente, a nos converter de nossos maus caminhos, tornar à obediência a Deus, voltar de nosso “desvio temporário” ao caminho de Deus. Este deve ser o nosso caminhar cotidiano e o amadurecer de nossa fé. A conversão deve ser olhada dinamicamente. Fomos convertidos definitivamente por Deus, e para Deus, contudo, devemos caminhar em nossa conversão do pecado residual para uma genuína obediência a Deus. Neste sentido, esta conversão se confunde com a santificação, sendo nomes diferentes para falar do mesmo processo.
E, a graça nos acompanha em nossa caminhada de fé e obediência. Calvino capta bem isso ao escrever: “Uma vez que os crentes todos os dias se envolvem em muitos erros, de nada lhes aproveitará já terem tomado a vereda da justiça, a menos que a mesma graça que os manteve em sua companhia os conduza à última fase de sua vida”.[9]
Daí que a nossa genuína conversão nunca nos poderá conduzir à arrogância diante de nosso próximo, antes, a uma atitude de humildade e dependência da graça, consciente da grandeza de nosso chamado a sermos conforme Jesus Cristo (Rm 8.29-30). A Conversão verdadeira nos leva a diversas conversões durante a vida.[10] Todas elas em direção a Deus, o nosso Senhor.
A conversão engloba necessariamente a mudança de nossa mente, emoções e vontade. Esta nova percepção precisa ser desenvolvida, amadurecida e refinada a fim de que cada vez mais nos pareçamos com o nosso Senhor.
Considerações pontuais
Devemos estar atentos ao fato de que há também “conversões temporárias” que, mesmo apresentando frutos, logo se dissipam. Este tipo de fé é decorrente, por graça,[11] da consciência da realidade das verdades religiosas. Em um primeiro momento, ela manifesta frutos semelhantes aos da fé salvadora; todavia, por ela não estar amparada no genuíno conhecimento da Palavra e não proceder de um coração regenerado, é ineficaz e não permanece; falta-lhe raiz (Mt 13.20-21).[12]
De quando em quando, surgem pessoas na Igreja cheias de entusiasmo, julgando que tudo está errado, querendo transformar as estruturas, achando que podem fazer melhor o trabalho, etc. De repente, de modo abrupto ou gradativo, elas perdem o primeiro vigor e se afastam: sua fé aparentemente tão fervorosa se apagou. Era uma fé cheia de adjetivos. Contudo, não dispunha de substância. Esta é uma forma característica da fé temporal se manifestar. (Veja-se: Jo 2.23-25; At 8.13,18-24; 2Tm 2.17-18; 4.10; 1Jo 2.18-19).[13]
É necessário vigilância. Os Cânones de Dort, mesmo nos confortando com a graça de Deus que nos faz perseverar, nos alerta quanto à necessidade de vigilância em nossa vida:
O poder de Deus, pelo qual ele confirma e preserva os verdadeiros crentes na graça, é tão grande que isto não pode ser vencido pela carne. Mas os convertidos nem sempre são guiados e movidos por Deus, e assim eles poderiam, em certos casos, por sua própria culpa, desviar‑se da direção da graça e ser seduzidos pelos desejos da carne e segui‑los. Devem, portanto, vigiar constantemente e orar para que não caiam em tentação. Quando não vigiarem e orarem, eles podem ser levados pela carne, pelo mundo e por Satanás para sérios e horríveis pecados. Isto ocorre também muitas vezes pela justa permissão de Deus. A lamentável queda de Davi, Pedro e outros santos, descrita na Sagrada Escritura, demonstra isso.[14]
Assim sendo, estejamos atentos à exortação bíblica, nos valendo dos recursos que Deus coloca à nossa disposição para o nosso crescimento espiritual:
Visto como, pelo seu divino poder, nos têm sido doadas todas as coisas que conduzem à vida e à piedade, pelo conhecimento completo daquele que nos chamou para a sua própria glória e virtude. (2Pe 1.3).
12 Assim, pois, amados meus, como sempre obedecestes,[15] não só na minha presença, porém, muito mais agora, na minha ausência, desenvolvei a vossa salvação com temor e tremor; 13 porque Deus é quem efetua em vós tanto o querer como o realizar, segundo a sua boa vontade. 14 Fazei tudo sem murmurações nem contendas, 15 para que vos torneis irrepreensíveis e sinceros, filhos de Deus inculpáveis no meio de uma geração pervertida e corrupta, na qual resplandeceis como luzeiros no mundo, 16 preservando a palavra da vida, para que, no Dia de Cristo, eu me glorie de que não corri em vão, nem me esforcei inutilmente. (Fp 2.12-16).
Maringá, 31 de julho de 2023.
Rev. Hermisten Maia Pereira da Costa
[1] Millard J. Ericson, Teologia Sistemática, São Paulo: Vida Nova, 2015, p. 908.
[2]J.C. Ryle, Santificação, Santidade, São José dos Campos, SP.: FIEL, 1987,p. 40.
[3] “Nossa vida é como um soneto divinamente escrito, uma obra-prima literária. Desde a eternidade passada, Deus nos designou para sermos iguais à imagem de seu Filho (Rm 8.29). Todos nós ainda somos imperfeitos, obras de arte não concluídas, que estão sendo trabalhadas cuidadosamente pelo Mestre divino. Ele ainda não terminou sua obra em nós, e seu trabalho não cessará até que nos tenha transformado na perfeita semelhança de seu Filho (1Jo 3.2). A energia que Ele usa para realizar sua obra é a graça” (John MacArthur, O Evangelho Segundo os Apóstolos, São José dos Campos, SP.: Editora Fiel, 2011, p. 90).
[4] João Calvino, O Livro dos Salmos, São Paulo: Paracletos, 1999, v. 1, (Sl 19.7), p. 425.
[5]“A alma pode prescindir de todas as coisas, menos da Palavra de Deus, e fora da Palavra de Deus nada mais pode auxiliá-la. Quando, porém, ela possui a Palavra, de nada mais necessitará, pois na Palavra ela encontrará satisfação, alimento, alegria, paz, luz, ciência, justiça, verdade, sabedoria, liberdade e todos os bens em abundância” (Martinho Lutero, Da Liberdade do Cristão: Prefácios à Bíblia, São Paulo: Fundação Editora da UNESP., 1998, p. 27) (Escreveu em 1520).
[6] Cf. Abraham Kuyper, A Obra do Espírito Santo, São Paulo: Cultura Cristã, 2010, p. 366-367.
[7] Cf. J.I. Packer, Conversão: In: J.D. Douglas, ed. org. O Novo Dicionário da Bíblia,São Paulo: Junta Editorial Cristã, 1966, v. 1, p. 320.
[8] “Como o bebê entra no mundo físico com uma existência totalmente nova e cresce numa nova experiência, assim também a conversão, neste sentido, é um novo começo em relação a Deus” (M.C. Tenney, Conversão: In: Carl Henry, org., Dicionário de Ética Cristã, São Paulo: Cultura Cristã, 2007, p. 142).
[9]João Calvino, O Livro dos Salmos, São Paulo: Paracletos, 1999, v. 2, (Sl 32.1), p. 42.
[10] Veja-se: Emil Brunner, Nossa Fé, 2. ed. São Leopoldo, RS.: Sinodal, 1970, p. 85.
[11] Ver: João Calvino, Exposição de Hebreus, São Paulo: Paracletos, 1997, (Hb 6.4), p. 153-154. Em outro lugar: “Existe uma fé temporária, como Marcos a chama (4.7), a qual não é tanto um fruto do Espírito de regeneração, mas uma certa emoção mutável e prontamente se desvanece” (João Calvino, O Livro dos Salmos, São Paulo: Parakletos, 2002, v. 3, (Sl 106.12), p. 676). Calvino a chama também de “conversão temporária” e “fé transitória” (João Calvino, O Profeta Daniel: 1-6, São Paulo: Parakletos, 2000, v. 1, (Dn 3.26), p. 221 e (Dn 3.28), p. 226).
[12]“20 O que foi semeado em solo rochoso, esse é o que ouve a palavra e a recebe logo, com alegria; 21 mas não tem raiz em si mesmo, sendo, antes, de pouca duração; em lhe chegando a angústia ou a perseguição por causa da palavra, logo se escandaliza” (Mt 13.20-21).
[13]“23 Estando ele em Jerusalém, durante a Festa da Páscoa, muitos, vendo os sinais que ele fazia, creram no seu nome; 24 mas o próprio Jesus não se confiava a eles, porque os conhecia a todos. 25 E não precisava de que alguém lhe desse testemunho a respeito do homem, porque ele mesmo sabia o que era a natureza humana” (Jo 2.23-25). “13 O próprio Simão abraçou a fé; e, tendo sido batizado, acompanhava a Filipe de perto, observando extasiado os sinais e grandes milagres praticados. (…) 18 Vendo, porém, Simão que, pelo fato de imporem os apóstolos as mãos, era concedido o Espírito Santo, ofereceu-lhes dinheiro, 19 propondo: Concedei-me também a mim este poder, para que aquele sobre quem eu impuser as mãos receba o Espírito Santo. 20 Pedro, porém, lhe respondeu: O teu dinheiro seja contigo para perdição, pois julgaste adquirir, por meio dele, o dom de Deus. 21 Não tens parte nem sorte neste ministério, porque o teu coração não é reto diante de Deus. 22 Arrepende-te, pois, da tua maldade e roga ao Senhor; talvez te seja perdoado o intento do coração; 23 pois vejo que estás em fel de amargura e laço de iniquidade. 24 Respondendo, porém, Simão lhes pediu: Rogai vós por mim ao Senhor, para que nada do que dissestes sobrevenha a mim” (At 8.13,18-24). “17 Além disso, a linguagem deles corrói como câncer; entre os quais se incluem Himeneu e Fileto. 18 Estes se desviaram da verdade, asseverando que a ressurreição já se realizou, e estão pervertendo a fé a alguns” (2Tm 2.17-18). “Porque Demas, tendo amado o presente século, me abandonou e se foi para Tessalônica; Crescente foi para a Galácia, Tito, para a Dalmácia” (2Tm 4.10). “18Filhinhos, já é a última hora; e, como ouvistes que vem o anticristo, também, agora, muitos anticristos têm surgido; pelo que conhecemos que é a última hora. 19 Eles saíram de nosso meio; entretanto, não eram dos nossos; porque, se tivessem sido dos nossos, teriam permanecido conosco; todavia, eles se foram para que ficasse manifesto que nenhum deles é dos nossos” (1Jo 2.18-19).
[14] Os Cânones de Dort, São Paulo: Cultura Cristã, [s.d.], V.4.
[15] F.F. Bruce, Filipenses, Florida: Editora Vida, 1992, (Fp 2.12-13), p. 90.