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Uma fé que investiga e uma ciência que crê (1) - Hermisten Maia

Uma fé que investiga e uma ciência que crê (1)


O método experimental é um método de manipulação, que necessita cada vez mais de técnicas, que permitem cada vez mais manipulações.  ̶  Edgar Morin.[1]

Piedade deve ser unida à ciência. – Gisbertus Voetius (1589-1676).[2]

          Se nosso coração se encontra plenamente cativo à autorrevelação de Deus como o Criador, não mais podemos imaginar que exista uma zona neutra e segura fora do alcance de Deus.  ̶  Herman Dooyeweerd.[3]

O crente que não vive confiante na soberania de Deus carecerá de Sua paz e será deixado no caos de um coração atormentado. Mas nossa constante confiança no Senhor nos permitirá agradecer-Lhe em meio às provações, porque temos a paz de Deus atuando para proteger nossos corações.  ̶ John MacArthur Jr.[4]

            Algo que me impressiona na rainha de Sabá que se preparou com esmero para ter uma audiência com o rei Salomão, é a sua clareza intelectual. Fazer perguntas revela um nível de conhecimento e interesse por prosseguir.

Sair do lugar comum, nem sempre é comum. Ela, de fato, era uma mulher culta e se encontrou com Salomão, munida, além de riquezas a serem presenteadas, perguntas difíceis, enigmáticas e até mesmo desconcertantes. Creio que ela mantinha um salutar ceticismo metodológico quanto ao que tinha amplamente ouvido.

A rainha, no entanto, foi quem ficou sem fôlego diante da sabedoria do rei. Admitiu que as informações que tivera eram pequenas, ainda que inacreditáveis, em relação ao proporcionalmente pouco do que pôde ver. Mas, a amostragem era totalmente acima de qualquer expectativa. (1Rs 10.1-8).

            Trouxe à baila a rainha de Sabá por causa de um detalhe registrado pelo profeta: “compareceu perante Salomão e lhe expôs tudo quanto trazia em sua mente” (1Rs 10.2). Ela conseguiu verbalizar tudo que estava em seu íntimo. Isso é magnifico. A comunicação é algo extremamente difícil, especialmente quando o assunto é complexo e envolve um emaranhado de emoções.  Mas essa mulher o fez.

            Introduzi o nosso assunto com esse fato porque sempre tenho dúvida se o que falo ou escrevo corresponde adequadamente ao que penso. Limito-me a isso. Não quero adentrar à questão de como o outro recebe o que falo ou escrevo. A minha esperança, por vezes, é que ele errando na interpretação do que disse entenda corretamente o que quis dizer…

            É preciso ter fé para acreditar que comunico adequadamente o que penso! A comunicação depende de muita fé. Sem fé não há comunicação.

Justamente inclusive pelo que disse acima, já escrevi que a pergunta sobre fé ou razão (ciência) revela determinada percepção da realidade que não partilho. Ela se constitui em uma falsa antinomia que encobre o real problema da pretensão da objetividade científica que nada mais é do que um ateísmo teórico que se manifesta de forma prática nos laboratórios.

Esses dias, generosamente hospedados na casa de um casal amigo, enquanto a pequena reforma que fazemos em casa torne possível o nosso retorno, tenho me divertido vendo determinado comentarista esportivo – que,  segundo uma modesta autodesignação, foi craque quando jogava e lutava com a balança -, na falta de assunto, com todos os campeonatos suspensos – exceto, talvez o da sobreposição de informações “pitacotescas”, científicas e ideológicas -, tem improvisado, falando de política, economia, saúde pública, filosofia e até de teologia. Nesta justaposição de saberes, e a situação de pandemia epidêmica mundial, tenho pensado sobre a complexidade da vida, ciência e fé.

As ciências empíricas e a teologia são formas diferentes, mas, não, excludentes de responder a questões relativas à vida, ao ser, ao conhecimento e à verdade. As nossas respostas são percepções do que nos foi revelado por Deus na natureza, nas Escrituras e definitivamente em Cristo.

Continuaremos no próximo post.

Maringá, 25 de março de 2020.

Rev. Hermisten Maia Pereira da Costa


[1] Edgar Morin, Ciência com consciência, 7. ed. Rio de Janeiro: Bertrand Brasil, 2003, p. 19.

[2]Apud  Willemien Otten, Religion as exercitatio mentis: A case for theology as a Humanism discipline: In:   Alasdair A. MacDonald, et. al. eds. Christian Humanism: Essays in Honour of Arjo Vanderjagt, Leiden: Brill Academic Pub., 2009, p. 60.

[3] Herman Dooyeweerd, No Crepúsculo do Pensamento, São Paulo: Hagnos, 2010, p. 258.

[4]John MacArthur, Jr., Abaixo a Ansiedade, São Paulo: Cultura Cristã, 2001, p. 30.

6 thoughts on “Uma fé que investiga e uma ciência que crê (1)

  • 25 de março de 2020 em 19:11
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    Hermisten , devemos ter essa consciência e humildade de que as ciências empíricas e a teologia são áreas distintas, porém imprescindíveis no descobrimento do nosso ser.

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    • 10 de abril de 2020 em 16:53
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      Sem dúvida, prof. Omilton. Que Deus nos dê discernimento. Abraço.

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  • 26 de março de 2020 em 07:17
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    Opa, muito bom o tema. Assim como os outros textos pretendo ler todos, um grande abraço reverendo.

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    • 10 de abril de 2020 em 16:52
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      Tiago, obrigado. Aumenta a minha responsabilidade. Abraço.

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  • 7 de março de 2021 em 01:26
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    Caro pastor e professor Hermisten, refletindo no seu texto arrisquei uma definição que gostaria de compartilhar aqui – específicamente sobre o parágrafo em que o senhor declara rejeitar “a pergunta sobre fé ou razão (ciência)”: Ciência é a arte de fazer perguntas, cujo ponto de partida é a Verdade e o seu alvo é a compreensão dela.
    Um abraço do seu irmão em Cristo.

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  • 8 de março de 2021 em 10:46
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    Caro Davi, bom dia. Obrigado por sua participação.
    Não sei se posso acompanhar a sua definição.
    Porque, se a ciência partisse sempre da verdade em suas perguntas, as questões seriam mais tranquilas. Talvez, valendo–me de sua contribuição, seria a arte de fazer perguntas, cujo ponto de partida são os fenômenos carentes de respostas, buscando uma compreensão mais abrangente e satisfatória deles. Agradeço mais uma vez por me fazer pensar por esse caminho
    . Abraço.

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