Teologia da Evangelização (8)
1.3.2. A novidade do Evangelho
A novidade da Boa Mensagem, especialmente no Evangelho de Mateus, não está, como se tem pretendido, em alguns dos seus conceitos, tais como: a Paternidade de Deus,[1] o Deus de amor, perdão e misericórdia; pois nada disto falta ao Antigo Testamento. Ela também não consiste simplesmente, na ênfase destes elementos que, no caso, estariam sombreados no Antigo Testamento (embora isto também ocorra).
Na realidade, a novidade está na palavra já mencionada, cumprimento. Aquilo que é prometido no Antigo Testamento atingiu o seu clímax: o prometido se cumpriu.[2] O Novo Testamento não diz algo novo a respeito de Deus; ele apenas mostra que Deus cumpriu as suas promessas (Vejam-se: Mt 1.21-23; 8.17; Mc 15.28; At 2.16-36; 13.32-35/[3]1Co 15.3-4; 1Pe 1.10-12).[4]
Conforme interpreta Calvino (1509-1564): “No que tange à substância da Escritura, nada se acrescentou. Os escritos dos apóstolos nada contêm além de simples e natural explicação da lei e dos profetas juntamente com uma clara descrição das coisas expressas neles”.[5]
Os apóstolos atribuíram ao Antigo Testamento a mesma relevância que fora conferida por Jesus Cristo em sua vida e ensinamentos (Vejam-se: Mc 8.31; Lc 4.21; 24.27,32,44; Jo 5.39; 10.35,36; 13.18; 17.12; 18.9; At 2.17-36; 3.11-26; 4.4; 5.42; 9.22; 13.22-42,44; 17.11; 18.28; 23.23-31).
Abrindo um parêntese, podemos usar a figura de Warfield (1851-1921), que, referindo-se à doutrina da Trindade, disse:
Podemos comparar o Antigo Testamento a uma câmara ricamente mobiliada, mas pouco iluminada; a introdução da luz nada lhe traz que nela não estivesse antes; mas traz à tona uma visão mais clara do que está nela apenas vagamente ou mesmo não percebido antes. O mistério da Trindade não é revelado no Antigo Testamento; mas o mistério da Trindade está subentendido na revelação do Antigo Testamento, e aqui e ali é quase possível vê-lo. Assim, a revelação de Deus do Antigo Testamento não é corrigida pela mais completa revelação que a segue, mas apenas aperfeiçoada, estendida e ampliada.[6]
Esta constatação serve-nos de alerta para que consideremos a Bíblia como um todo harmonioso e orgânico; toda ela procede de Deus (2Tm 3.16; 2Pe 1.20-21).[7] E também, para o fato de que não podemos nos esquecer de que, muitos dos textos veterotestamentários ganham um sentido mais eloquente para nós, justamente por dispormos das “luzes” do Novo Testamento, direcionadas pelo Espírito Santo.
1.3.3. O Evangelho singular
A Boa Nova de Deus recebe, entre outras, as seguintes designações no Novo Testamento: “Evangelho de Deus” (Rm 1.1; 1Ts 2.9); “Evangelho de Cristo” (Mc 1.1; Rm 15.19; 1Co 9.12; 2Co 2.12; Gl 1.7); “Evangelho da Promessa” (At 13.32); “Evangelho da graça de Deus” (At 20.24); “Evangelho da glória de Cristo” (2Co 4.4); “Evangelho da glória de Deus” (1Tm 1.11); “Evangelho da vossa salvação” (Ef 1.13); “Evangelho da paz” (Ef 6.15); “Evangelho eterno” (Ap 14.6).
Contudo, o Novo Testamento fala frequentemente no Evangelho, sem o definir (Cf. Mc 1.15; 8.35; 14.9; 16.15; At 15.7;[8] Rm 11.28; 2Co 8.18): O Evangelho é a Boa Nova procedente de Deus; não é fruto de uma conquista ou invenção humana. Por isso, ele não carece de maiores adjetivos; a sua procedência garante a sua qualidade e efetividade: Ele é a Boa Nova por excelência;[9] é o “Poder de Deus” (Rm 1.16) por meio do qual somos gerados em Cristo (1Co 4.15).[10] Portanto, antes de ser uma mensagem a nosso respeito, o Evangelho é a mensagem de Deus, procedente de Deus cujo conteúdo primeiro é a respeito do próprio Deus. Deste modo, Jesus Cristo é o próprio Evangelho. Ele é a encarnação da Boa Nova de salvação concedida por Deus ao seu povo.
A fé cristã é centrada em Cristo Jesus (Ef 1.15). Por isso, antes de ser uma mensagem a nosso respeito, o Evangelho é a mensagem de Deus, procedente de Deus cujo conteúdo primeiro é a respeito do próprio Deus. Deste modo, Jesus Cristo é o próprio Evangelho; Ele é a encarnação da Boa Nova de salvação concedida por Deus ao Seu povo. O Evangelho, antes de ser uma mensagem, é uma Pessoa: Jesus Cristo,[11] o Deus encarnado: verdadeiro Deus e verdadeiro homem. O Evangelho envolve a sua pessoa e o seu ensino.
Não existe Evangelho sem Jesus Cristo; portanto, não há mensagem a ser anunciada sem a sua encarnação, morte e ressurreição. “[Evangelho] é a solene publicação da graça revelada em Cristo”, assevera Calvino.[12] Por isso, pregar o Evangelho significa pregar Jesus Cristo:[13] “Esforçando-me, deste modo, por pregar o evangelho (eu)aggeli/zw), não onde Cristo já fora anunciado, para não edificar sobre fundamento alheio” (Rm 15.20).[14]
Evangelho ou Evangelhos?
O Novo Testamento desconhece a forma plural “Evangelhos” – ainda que ela seja usada na Septuaginta ta\ eu)agge/li/a (2Sm 4.10), “recompensa pelas boas novas” e ”h( eu)aggeli/a” (2Sm 18.20,22,25,27; 2Rs 7.9) – isso porque o Evangelho é um só. Se alguém proclamar outro, seja considerado “anátema” (= maldito) (Gl 1.8,9).
Harrison (1902-1999), comentando a respeito dos registros evangélicos, observou acertadamente que, “Aos olhos da igreja primitiva estes documentos eram virtualmente um. Juntos, eles abarcavam o evangelho único, que foi diversamente expressado por Mateus, Marcos, Lucas e João. O feito de Cristo foi a causa de um novo tipo de literatura”.[15]
As quatro narrativas são na realidade uma descrição inspirada do mesmo e único Evangelho; biblicamente falando, “evangelhos” é uma contradição de termos. Não há outro Evangelho (Gl 1.6-9).[16]
A forma plural referindo-se aos registros de Mateus, Marcos, Lucas e João, só é documentada a partir de Justino, o Mártir (100-167 AD), que por volta do ano 155 AD., na sua obra Primeira Apologia, descrevendo a Santa Ceia e o seu significado, escreveu: “Os Apóstolos nas Memórias por eles escritas, que se chamam Evangelhos, nos transmitiram”.[17]
Assim, quando falamos de “Evangelhos”, no plural, estamos nos referindo não à mensagem, que é uma só, mas às narrativas inspiradas feitas pelos Evangelistas. Há um só Evangelho com quatro registros redigidos por Mateus, Marcos, Lucas e João. Só há um Evangelho porque de fato, não existe Boa Nova fora de Cristo, o único Salvador (At 4.12/Os 13.4).[18]
1.3.4. Evangelho: História e Teologia
Paulo emprega a palavra Evangelho de duas formas que, na realidade, se completam: a) Ele se refere ao Evangelho como os fatos que envolveram a morte substitutiva e ressurreição de Cristo conforme as Escrituras: perspectiva histórica (1Co 15.1-4); b) A interpretação dos acontecimentos narrados: perspectiva teológica (Rm 2.16; Gl 1.7,11; 2.2).[19]
Contudo, não devemos levar esta distinção tão longe. A perspectiva teológica só adquire relevância enquanto fundamentada na veracidade destes fatos: a historicidade da encarnação, vida, morte e ressurreição de Cristo, ou seja: no Evangelho.
No capítulo 15 de 1 Coríntios Paulo revela este ponto de forma contundente ao dizer que se “Cristo não ressuscitou, é vã a nossa pregação e vã a vossa fé; e somos tidos por falsas testemunhas de Deus, porque temos asseverado contra Deus que Ele ressuscitou a Cristo” (1Co 15.14-15). E mesmo quando narra o Evangelho histórico, Paulo já apresenta a sua perspectiva teológica: “Cristo morreu pelos nossos pecados” (1Co 15.3). A morte vicária entra necessariamente na narrativa.
E mais. O Evangelho adquire também um sentido existencial. Cristo morreu por nós. A história de Cristo é também a história de nossos pecados e do amor e da justiça de Deus. Resumindo, a teologia é a conexão entre os acontecimentos históricos e o seu significado teológico.
Sem história não há genuína teologia bíblica. Pode haver lendas, mas, não teologia. Sem esta, os acontecimentos permanecem num vácuo interpretativo, tudo e nada dizendo, conforme o seu intérprete. Há Evangelho com todas as suas implicações, porque Deus se revelou; falou, viveu e atua na história. “A teologia começa quando acontecimentos históricos simples são conectados com os significados teológicos desses mesmos acontecimentos”, comenta Clark (1902-1985).[20]
Maringá, 10 de julho de 2022.
Rev. Hermisten Maia Pereira da Costa
[1]É muito comum a afirmação de que o Deus do Antigo Testamento é um “Deus Vingador” e, o do Novo Testamento, é o “Deus Pai”, “Deus de amor”. Tal distinção, além de ser maléfica pois, prejudica a compreensão da unicidade da Teologia Bíblica – dicotomizando Deus e a Sua Palavra – é ilusória, amparada em uma visão superficial das Escrituras. Tanto no Antigo como no Novo Testamento, encontramos a revelação de Deus como Pai de amor, bondade e justiça. (Vejam-se: Hermisten M.P. Costa, O Pai Nosso: A Oração do Senhor,São Paulo: Editora Cultura Cristã, 2001, 319p.; Hermisten M.P. Costa, Eu Creio: no Pai, no Filho e no Espírito Santo, São José dos Campos, SP.: Fiel, 2014, 608p.).
[2] “Os profetas do Antigo Testamento viveram no período de anúncio; os apóstolos estavam vivendo no tempo do cumprimento” (John Stott, O Incomparável Cristo, São Paulo: ABU., 2006, p. 19). “Em essência e em termos canônicos, a Bíblia é uma unidade, e o Antigo Testamento, o qual estabelece as bases conceituais para tudo o que há de vir, deve ser interpretado à luz de seu cumprimento no Novo Testamento” (J.I. Packer; Carolyn Nystrom, O Deus que nos guia e guarda: direcionamento divino para as decisões da vida, São Paulo: Vida Nova, 2014, p. 29).
[3]“Ela dará à luz um filho e lhe porás o nome de Jesus, porque ele salvará o seu povo dos pecados deles. Ora, tudo isto aconteceu para que se cumprisse (plhro/w) o que fora dito pelo Senhor por intermédio do profeta: Eis que a virgem conceberá e dará à luz um filho, e ele será chamado pelo nome de Emanuel (que quer dizer: Deus conosco)” (Mt 1.21-23). “Chegada a tarde, trouxeram-lhe muitos endemoninhados; e ele meramente com a palavra expeliu os espíritos e curou todos os que estavam doentes; para que se cumprisse (plhro/w) o que fora dito por intermédio do profeta Isaías: Ele mesmo tomou as nossas enfermidades e carregou com as nossas doenças” (Mt 8.16-17). “Com ele crucificaram dois ladrões, um à sua direita, e outro à sua esquerda. E cumpriu-se (plhro/w) a Escritura que diz: Com malfeitores foi contado” (Mc 15.27-28). “Nós vos anunciamos o evangelho (eu)aggeli/zomai) da promessa feita a nossos pais, como Deus a cumpriu plenamente (e)kplhro/w) a nós, seus filhos, ressuscitando a Jesus, como também está escrito no Salmo segundo: Tu és meu Filho, eu, hoje, te gerei. E, que Deus o ressuscitou dentre os mortos para que jamais voltasse à corrupção, desta maneira o disse: E cumprirei a vosso favor as santas e fiéis promessas feitas a Davi. Por isso, também diz em outro Salmo: Não permitirás que o teu Santo veja corrupção” (At 13.32-35).
[4]Vejam-se: Chr. Senft, Evangelho: In: Jean-Jacques Von Allmen, dir., Vocabulário Bíblico,2. ed. São Paulo: ASTE., 1972, p. 137 e Michael Green, Evangelização na Igreja Primitiva, p. 95ss. J. Calvino escreveu: “Com efeito, recebo o Evangelho como a clara manifestação do mistério de Cristo. E uma vez que o Evangelho é chamado por Paulo ‘a doutrina da fé’ (1Tm 4.6), reconheço, na verdade, que se lhe contam como partes todas e quaisquer promessas que amiúde ocorrem na Lei acerca da graciosa remissão dos pecados, mediante as quais Deus reconcilia os homens a Si” (J. Calvino, As Institutas,II.9.2).
[5] João Calvino, As Pastorais, São Paulo: Edições Paracletos, 1998,(2Tm 3.17), p. 264.
[6] B.B. Warfield, The biblical doctrine of the Trinity: In: The Works of Benjamin B. Warfield, Grand Rapids, Michigan: Baker Book House, 2000 (Reprinted), v. 2, p. 141-142.
[7] Veja-se: Hermisten M.P. Costa, A Inspiração e Inerrância das Escrituras,2. ed.São Paulo: Cultura Cristã, 2008.
[8]“Arrependei-vos e crede no evangelho (eu)agge/lion)” (Mc 1.15). “Quem quiser, pois, salvar a sua vida perdê-la-á; e quem perder a vida por causa de mim e do evangelho (eu)agge/lion) salvá-la-á” (Mc 8.35). “E disse-lhes: Ide por todo o mundo e pregai o evangelho (eu)agge/lion) a toda criatura” (Mc 16.15). “Havendo grande debate, Pedro tomou a palavra e lhes disse: Irmãos, vós sabeis que, desde há muito, Deus me escolheu dentre vós para que, por meu intermédio, ouvissem os gentios a palavra do evangelho (eu)agge/lion) e cressem” (At 15.7).
[9] Vejam-se, por exemplo: Rm 10.16; 1Co 1.17; 9.14, 23; 15.1; 2Co 4.3; Gl 2.5,14; Fp 1.5,7,12,16; 2.22; 4.3,15; 1Ts 1.5; 2.4; 2Tm 1.8; Fm 13.
[10]“Porque, ainda que tivésseis milhares de preceptores em Cristo, não teríeis, contudo, muitos pais; pois eu, pelo evangelho (eu)agge/lion), vos gerei em Cristo Jesus“ (1Co 4.15).
[11]Stott resumiu: “A boa nova é Jesus” (John R.W. Stott, A Missão Cristã no Mundo Moderno, Viçosa, MG.: Ultimato, 2010, p. 66). “O conteúdo do Evangelho é Jesus mesmo, não um credo ou uma doutrina ou teoria acerca Dele” (Alan Richardson, Así se hicieron los Credos: Una breve introducción a la historia de la Doctrina Cristiana, Barcelona: Editorial CLIE, 1999, p. 17).
[12]J. Calvino, O Evangelho segundo João, São José dos Campos, SP.: Editora Fiel, 2015, v. 1, p. 26.
[13] Veja-se: Alister E. McGrath, Paixão pela Verdade: a coerência intelectual do Evangelicalismo, São Paulo: Shedd Publicações, 2007, p. 41-43.
[14]Para um estudo mais detalhado do emprego da palavra Evangelho, Vejam-se: Gerhard Friedrich, Eu)aggeli/zomai: In: Gerhard Kittel; G. Friedrich, eds. Theological Dictionary of the New Testament, v. 2, p. 707-737; U. Becker, Evangelho: In: Colin Brown, ed. ger. ONovo Dicionário Internacional de Teologia do Novo Testamento, v. 2, p. 166-174; Rudolf Bultmann, Teologia del Nuevo Testamento, Salamanca: Ediciones Sigueme, 1980, p. 134-135; William F. Arndt; F. Wilbur Gingrich, A Greek-English Lexicon of the New Testament and Other Early Christian Literature,2. ed. Chicago: University Press, 1979, in loc. p. 317-318; Euaggelion: W. Barclay, Palavras Chaves do Novo Testamento,São Paulo: Vida Nova, 1988, p. 73; Isidro Pereira, Dicionário Grego-Português e Português-Grego, 7. ed. Braga: Livraria Apostolado da Imprensa, (1990), in loc; W.G. Kümmel, Introdução ao Novo Testamento, São Paulo: Paulinas, 1982, p. 33-34; E.F. Harrison, Introducción al Nuevo Testamento, Grand Rapids, Michigan: Subcomision Literatura Cristiana, 1980, p. 131ss.; R.H. Mounce, Evangelho: In: J.D. Douglas, ed. org., O Novo Dicionário da Bíblia, São Paulo: Junta Editorial Cristã, 1966, v. 1, p. 566-567; R.H. Mounce, Evangelho: In: Walter A. Elwell, ed. Enciclopédia Histórico-Teológica da Igreja Cristã, São Paulo: Vida Nova, v. 2, 1990, p. 109. H.J. Jager, Palabras Clave del Nuevo Testamento, 2. ed. Madrid: Fundacion Editorial de Literatura Reformada, 1982, v. 1, p. 7ss.; Evangelho: In: W.E. Vine; Merril F. Unger; William White Jr., Dicionário Vine: o significado exegético e expositivo das palavras do Antigo e do Novo Testamento, Rio de Janeiro: CPAD., 2002, p. 629; John N. Oswalt, Bãsar: In: R. Laird Harris; Gleason L. Archer, Jr.; Bruce K. Waltke, orgs. Dicionário Internacional de Teologia do Antigo Testamento, São Paulo: Vida Nova, 1998, p. 227; G. Strecker, Eu)agge/lion: In: Horst Balz; Gerhard Schneider, eds. Exegetical Dictionary of New Testament, Grand Rapids, Michigan: Eerdmans, 1978-1980, v. 2, p. 70-74.
[15]E.F. Harrison, Introducción al Nuevo Testamento, p. 132.
[16]“Admira-me que estejais passando tão depressa daquele que vos chamou na graça de Cristo para outro evangelho (eu)agge/lion), o qual não é outro, senão que há alguns que vos perturbam e querem perverter o evangelho (eu)agge/lion) de Cristo. Mas, ainda que nós ou mesmo um anjo vindo do céu vos pregue evangelho (eu)agge/lion) que vá além do que vos temos pregado, seja anátema. Assim, como já dissemos, e agora repito, se alguém vos prega evangelho (eu)agge/lion) que vá além daquele que recebestes, seja anátema” (Gl 1.6-9).
[17]Justino, Primeira Apologia,66, p. 82. (Ver: Eusebio de Cesarea, Historia Eclesiástica,Madrid: La Editorial Catolica, S.A., (Biblioteca de Autores Cristianos), 1973, III.37.2. p. 187; V.8.2ss. p. 296ss). Devemos observar, que, mesmo fora dos escritos do Novo Testamento, a palavra evangelho continuou sendo usada no sentido singular. Por exemplo: No Didaquê, obra anônima publicada por volta do ano 100 d.C., lemos: “E não oreis como os hipócritas, mas como o Senhor os mandou em Seu Evangelho….” (Didaquê, VIII.2) (Vejam-se também, Inácio de Antioquia (c. 30-110), Epístola aos Filadélficos,V.1-2; VIII.2; IX.2; Epístola aos Esmirnenses,V.1; VII.2. In: Cartas de Santo Inácio de Antioquia, 3. ed. Petrópolis, RJ.: Vozes, 1984; Irineu, Irineu de Lião,São Paulo: Paulus, 1995, IV.20.6; Eusebio de Cesarea, Historia Eclesiástica,V.24.6.
[18]“E não há salvação em nenhum outro; porque abaixo do céu não existe nenhum outro nome, dado entre os homens, pelo qual importa que sejamos salvos” (At 4.12). “Todavia, eu sou o SENHOR, teu Deus, desde a terra do Egito; portanto, não conhecerás outro deus além de mim, porque não há salvador, senão eu” (Os 13.4).
[19] Cf. Evangelho: In: W.E. Vine; Merril F. Unger; William White Jr., Dicionário Vine: O Significado Exegético e Expositivo das Palavras do Antigo e do Novo Testamento, Rio de Janeiro: Casa Publicadora das Assembleias de Deus, 2002, p. 629.
[20]Gordon H. Clark, Em defesa da teologia, Brasília, DF.: Monergismo, 2010, p. 19.