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Teologia da Evangelização (44) - Hermisten Maia

Teologia da Evangelização (44)

2.4.3.2.2.6.2. Justo é o Senhor

Deus é essencial, absoluta e perfeitamente justo em si mesmo e em todas as suas relações. O seu padrão é a justiça. O seu juízo é justo (Sl 45.7/Hb 1.8-9).[1] Ele não é indiferente ao mal, antes, conforme nos ensinam as Escrituras, Ele se revela como justo juiz.[2]

          Há um hino composto no século XIX, baseado no Salmo 145.17-18,[3] que diz assim:

Justo é o Senhor em seus santos caminhos,
Benigno em todas as suas obras. (bis)
Perto está o Senhor, perto está dos que o invocam,
De todos os que o invocam
Em verdade. Aleluia! Aleluia![4]

          Na justiça de Deus vemos estampada a sua glória. Deste modo, voltamos à questão inicial: Quem poderia se considerar justo por si mesmo diante de Deus? 14 Que é o homem, para que seja puro? E o que nasce de mulher, para ser justo? 15 Eis que Deus não confia nem nos seus santos; nem os céus são puros aos seus olhos, 16 quanto menos o homem, que é abominável e corrupto, que bebe a iniquidade como a água!” (Jó 15.14-16).[5]

          A natureza santa de Deus é a lei a partir da qual todas as demais leis devem ser avaliadas. O padrão da justiça de Deus é-nos revelado nas Escrituras.[6]

          Conforme vimos, a retidão de Deus é consoante à sua justiça. A justiça é a manifestação do caráter essencialmente santo de Deus. Deus é justo em todos os seus atos, não se desviando de seu próprio padrão que é decorrente de sua santidade.

          A prática da justiça que pode ser chamada de retidão significa agir conforme o caráter de Deus, aquele que é justo absolutamente. Deus é o próprio padrão: “….Deus é fidelidade, e não há nele injustiça: é reto e justo (qyDIc;) (tsadiyq)(Dt 32.4). Justo (qyDIc;) (tsadiyq) é o SENHOR em todos os seus caminhos, benigno em todas as suas obras” (Sl 145.17).

          O trono do Senhor está fundamentado em sua própria natureza santa, verdadeira e justa. É deste modo que ele governa: Justiça (qd,c) (tsedeq) e direito são o fundamento do teu trono; graça e verdade te precedem”(Sl 89.14).

          Justamente por este fato, devemos confiantemente nos aquietar e nos alegrar no conforto de suas promessas e louvá-lo. Afinal, o fundamento do seu trono permanece inabalável. “Reina o SENHOR. Regozije-se a terra, alegrem-se as muitas ilhas. Nuvens e escuridão o rodeiam, justiça (qd,c) (tsedeq) e juízo são a base do seu trono” (Sl 97.1-2).

Maringá, 21 de agosto de 2022.

Rev. Hermisten Maia Pereira da Costa


[1]Amas a justiça e odeias a iniquidade; por isso, Deus, o teu Deus, te ungiu com o óleo de alegria, como a nenhum dos teus companheiros” (Sl 45.7). 8….acerca do Filho: O teu trono, ó Deus, é para todo o sempre; e: Cetro de equidade é o cetro do seu reino. 9 Amaste a justiça e odiaste a iniquidade; por isso, Deus, o teu Deus, te ungiu com o óleo de alegria como a nenhum dos teus companheiros” (Hb 1.8-9).

[2] Veja-se: J.I. Packer, O Conhecimento de Deus, São Paulo: Cultura Cristã, 2014, p. 129-137. “Não obstante a confusão reinante no mundo, é certo que Ele jamais cessa de exercer a função de Juiz. Todos quanto se derem ao trabalho de abrir seus olhos para contemplarem o governo do mundo, verão distintamente que a paciência de Deus é muito diferente de aprovação ou conivência. Seguramente, pois, seu próprio povo, confiadamente, a Ele recorrerá a cada dia” (João Calvino, O Livro dos Salmos, São Paulo: Paracletos, 1999, v. 1, (Sl 7.11), p. 149).

[3]17Justo é o SENHOR em todos os seus caminhos, benigno em todas as suas obras. 18Perto está o SENHOR de todos os que o invocam, de todos os que o invocam em verdade” (Sl 145.17-18).

[4]Composição original para coro feita por Lowell Mason (1792-1872), adaptada em 1974 pela professora e soprano Atenilde Cunha (1931-2009). Extraído no Hinário Presbiteriano, Novo Cântico, nº 1, Doxologia.

[5]“Não há ninguém que com maior descaro se atreva a falar da justiça das obras do que quem publicamente não passa de perdido e está carregado de pecados de todos conhecidos, ou, melhor, por dentro estão cheios de vícios e maus intentos. Isso acontece porque não cogitam da justiça de Deus, pela qual se fossem afetados sequer de um mínimo sentimento, nunca a teriam em tão grande desconsideração. De fato, na verdade ela é desmedidamente desvalorizada, se não é de tal forma reconhecida que nada dela seja aceito, se nada é íntegro e absolutamente isento de toda mancha, o que jamais se encontrará nem poderá ser encontrado em homem algum” (João Calvino, As Institutas, III.12.1).

[6] Veja-se: Louis Berkhof, Teologia Sistemática, Campinas, SP.: Luz para o Caminho, 1990, p. 77-78.

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