Pensamento Grego e a Igreja Cristã: Encontros e Confrontos – Alguns apontamentos (36)
3) Temor e Integridade
No final da vida, Josué que conduzira a Israel por tantos anos, reúne toda a liderança e o povo. Relembra-lhes a história de Israel, os atos de Deus de formação e preservação. Josué estimula o povo a reafirmar sua fidelidade à Aliança feita com Deus. As suas palavras são de exortação a temer a Deus e a servi-Lo, como vimos, com integridade: “Agora, pois, temei (arey) (yare’) ao SENHOR e servi-o com integridade (~ymiT’) (tamiym) e com fidelidade; deitai fora os deuses aos quais serviram vossos pais dalém do Eufrates e no Egito e servi ao SENHOR” (Js 24.14).
O Livro de Jó começa com uma descrição do seu caráter: “Havia um homem na terra de Uz, cujo nome era Jó; homem íntegro (~T’) (tam) (completo, inteiro) e reto, temente (arey) (yare’) a Deus e que se desviava do mal” (Jó 1.1/Jó 1.8; 2.3).
Paulo no Novo Testamento estimula a igreja a se desenvolver em santidade no temor do Senhor: “Tendo, pois, ó amados, tais promessas, purifiquemo-nos de toda impureza, tanto da carne como do espírito, aperfeiçoando a nossa santidade no temor (fo/boj) de Deus” (2Co 7.1).
4) Anda no Caminho do Senhor
Ao mesmo tempo em que o temor do Senhor nos afasta do mal, nos aproxima de Deus, nos levando a andar nos seus preceitos. Por isso, o temor do Senhor é um princípio de vida seguro e bem-aventurado. É como expressa o salmista: “Bem-aventurado aquele que teme (arey) (yare’) ao SENHOR e anda nos seus caminhos!” (Sl 128.1).
5) Tem prazer na Lei do Senhor
O temor do Senhor é educativo. Ele ensina a nos aproximar de Deus e a nos agradar nos seus mandamentos, descobrindo a alegria da obediência ao nosso Senhor. “Aleluia! Bem-aventurado o homem que teme (arey) (yare’) ao SENHOR e se compraz (#pex‘) (haphets)(tem grande prazer) nos seus mandamentos” (Sl 112.1).
6) Aptos para Governar
Quando o sogro de Moisés o aconselha a nomear auxiliares para julgar o povo, sugere o critério: “Procura dentre o povo homens capazes (lyIx;) (hayil) (pessoas hábeis, honradas e de bem), tementes (arey) (yare’) a Deus, homens de verdade (tm,a/) (‘emeth) (fiel, digno de confiança), que aborreçam a avareza” (Ex 18.21).
Estes homens, são qualificados de “homens de verdade”; ou seja: são honrados, íntegros, dignos de confiança. De passagem, podemos dizer que aqui temos um indicativo do significado de hombridade: ser fiel, digno de confiança.
Após o retorno do cativeiro babilônio, quando Neemias explica a nomeação de Hananias para supervisionar a segurança da cidade de Jerusalém, ele apresenta o critério do qual se valeu:
Ora, uma vez reedificado o muro e assentadas as portas, estabelecidos os porteiros, os cantores e os levitas, 2 eu nomeei Hanani, meu irmão, e Hananias, maioral do castelo, sobre Jerusalém. Hananias era homem fiel (tm,a/) (‘emeth) (verdadeiro, digno de confiança) e temente (arey) (yare’) a Deus, mais do que muitos outros. (Ne 7.1-2).
São Paulo, 10 de dezembro de 2019.
Rev. Hermisten Maia Pereira da Costa