O temor Deus em nossa vida pessoal, social e política
Quando o sogro de Moisés o aconselha a nomear auxiliares para julgar o povo, sugere o critério: “Procura dentre o povo homens capazes (lyIx;) (hayil) (pessoas hábeis, honradas e de bem), tementes (arey) (yare’) a Deus, homens de verdade (tm,a/) (‘emeth) (fiel, digno de confiança), que aborreçam a avareza….” (Ex 18.21). Estes homens, são qualificados de “homens de verdade”; ou seja: são honrados, íntegros, dignos de confiança. De passagem, podemos dizer que aqui temos um indicativo do significado de hombridade: ser fiel, digno de confiança.
Após o retorno do cativeiro babilônio, quando Neemias explica a nomeação de Hananias para supervisionar a segurança da cidade de Jerusalém, ele apresenta o critério do qual se valeu: “Ora, uma vez reedificado o muro e assentadas as portas, estabelecidos os porteiros, os cantores e os levitas, 2 eu nomeei Hanani, meu irmão, e Hananias, maioral do castelo, sobre Jerusalém. Hananias era homem fiel (tm,a/) (‘emeth) (verdadeiro, digno de confiança) e temente (arey) (yare’) a Deus, mais do que muitos outros” (Ne 7.1-2).
O temor a Deus tem implicações éticas. Por isso, a Escritura ao qualificar os servos de Deus como homens tementes a Deus, sempre os apresentam com virtudes relevantes dentro do ponto que se quer enfatizar.
Há uma identificação natural entre tais pessoas devido aos princípios, valores e práticas semelhantes. Temos prazer em conviver com pessoas que temem ao Senhor. Devemos cultivar isso: “Companheiro sou de todos os que te temem (arey) (yare’) e dos que guardam os teus preceitos” (Sl 119.63).
O temor do Senhor nos aproxima por identificarmos propósitos semelhantes. Somos pecadores, contudo, buscamos em Deus a instrução, o perdão e a correção. Ainda que não possamos nem devamos transformar as nossas relações sociais em um gueto ou uma casta de homens e mulheres com espírito farisaico ‒ e isto deve ficar bem claro para nós ‒, sabemos que é altamente salutar e alegre conviver com os nossos irmãos buscando a edificação recíproca: “Alegraram-se os que te temem (arey) (yare’) quando me viram, porque na tua palavra tenho esperado” (Sl 119.74). “Voltem-se para mim os que te temem (arey) (yare’) e os que conhecem os teus testemunhos” (Sl 119.79). Em geral aqueles com os quais usamos espontaneamente o nosso tempo, moldarão a nossa percepção e ação (1Co 15.33; Pv 13.20).
A Escritura também nos adverte quanto a critérios puramente estéticos sem uma avaliação mais substancial e relevante: “Enganosa é a graça, e vã, a formosura, mas a mulher que teme (arey) (yare’) ao SENHOR, essa será louvada” (Pv 31.30). A mulher que teme ao Senhor revelará também a sua beleza em atos de sábia obediência. Importa dizer aqui que a Escritura não faz apologia à falta de beleza e formosura, antes, declara que estes aspectos solitários, além de ilusórios, são passageiros. O que de fato deve ter prioridade, ainda que não necessária exclusividade, é o temor do Senhor.
No dia 28, oremos e votemos com temor, buscando em cada candidato uma proposta de governo, histórico de vida e atitude que mais se coadunem com a Palavra.
São Paulo, 22 de outubro de 2018.
Rev. Hermisten M.P. Costa