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“Eu lhes tenho dado a tua Palavra” (Jo 17.1-26) (24) - Hermisten Maia

“Eu lhes tenho dado a tua Palavra” (Jo 17.1-26) (24)

Como Deus percebe a realidade?

          A verdade revelada nas Escrituras é a realidade como Deus a percebe. Deus percebe as coisas como são. Somente Deus, e mais ninguém, tem um conhecimento objetivo, exaustivo e sempre presente da realidade.

          As coisas são como são porque de alguma forma Deus as sustenta. Antes de atribuirmos valor à verdade, ela já o tem porque foi Deus quem a criou e lhe confere significado.

A verdade como expressão de Deus

          A verdade é uma expressão de Deus em si mesmo e na Criação. Deus é a verdade, opera por meio da verdade e nos conduz à verdade. A graça de Deus opera pela verdade e, nesta verdade que foi ouvida e compreendida, frutificamos (Cl 1.6).

          MacArthur comenta: “A verdade é aquilo que é consistente com a mente, a vontade, o caráter, a glória e o ser de Deus. Sendo mais preciso: a verdade é a autoexpressão de Deus”.[1]

          Por isso, a verdade é sempre essencial. O Cristianismo não se sustenta amparado em aparências, circunstâncias e ambiguidades, antes, ele proclama a verdade e se dispõe a ser examinado à luz da verdade.

          A compreensão cristã sobre a sua própria fé, que ou a sua mensagem é verdadeira, ou não há mensagem relevante a ser proclamada. O Cristianismo não perde tempo com conversação vazia e sem sentido. 

          Mohler resume:

Como sempre, verdade é a questão essencial. Onde uma noção clara da verdade está ausente, o cristianismo torna-se mais uma atitude do que um sistema de crenças. Contudo a crença sempre pressupõe uma verdade que pode e deve ser conhecida.[2]

          Sem a historicidade dos fatos narrados nas Escrituras, não há verdade no Cristianismo

          A situação do homem alienado de Deus é de tão intensa gravidade que não comporta paliativos, abstrações e, muito menos, ficções. A palavra é verdadeira em seu diagnóstico e tratamento.

O propósito eterno de Deus nos fala do amor concreto de Deus que se manifesta de forma contundente na morte e ressurreição de Cristo.

Historicidade do Cristianismo

          Sem a historicidade da morte e ressurreição não há o que fazer. Permaneceríamos em nossos pecados, fadados à condenação eterna. É por isso que a mensagem cristã é uma mensagem verdadeira e urgente.

   O Cristianismo revela a sua coerência lógica e espiritual pelo seu comprometimento com a verdade. Não há relevância na mentira. A proclamação cristã insiste no fato de que Deus é verdadeiro e que ele se revela, dando-se a conhecer. As Escrituras enfatizam esta realidade que confere sentido a toda a nossa existência, quer aqui, quer na eternidade. Deus é transcendente e pessoal. Ele se relaciona pessoalmente conosco.

São Paulo, 21 de fevereiro de 2020.

Rev. Hermisten Maia Pereira da Costa


[1]John F. MacArthur, Jr., A guerra pela verdade: lutando por certeza numa época de engano, São José dos Campos, SP.: Editora Fiel, 2008, p. 30.

[2]Albert Mohler, O desaparecimento de Deus, São Paulo: Cultura Cristã, 2010, p. 11-12.

[3]Veja-se: Joshua Harris, Ortodoxia humilde: defendendo verdades bíblicas sem ferir as pessoas, São Paulo: Vida Nova, 2013, p. 21.

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