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A Pessoa e Obra do Espírito Santo (92) - Hermisten Maia

A Pessoa e Obra do Espírito Santo (92)

          f) Deve ser um desejo consciente dos seus riscos

Muitas vezes, ao ouvirmos o testemunho de um trabalho evangélico em terras distantes, ficamos naturalmente entusiasmados. Isto é muito salutar à fé cristã. Todavia, alguns, mais emotivamente, passam a ter uma visão romântica do significado desse labor.

    Outros vão um pouco além, passam a ter a impressão de que são chamados por Deus para desenvolver esse ministério. Contudo, nem sempre as coisas ocorrem desse modo. Esta empolgação, até certo ponto natural, não é um indicativo suficiente e claro de que Deus esteja chamando alguém para o mister da Palavra, ou para a atividade “missionária”.

    Fazendo uma analogia, podemos observar que muitas pessoas têm uma ideia extremamente romântica da vida cristã. Talvez esta visão se deva ao fato de que a pregação moderna, em muitos aspectos, só tem enfatizado, de forma alienante, o lado doce da vida cristã, sem falar de suas lutas diárias contra o diabo, o mundo e a carne.

    Quando olhamos com atenção para os ensinamentos de Jesus, vemos que ele nunca enganou os seus ouvintes quanto às dificuldades que enfrentariam se se dispusessem a segui-lo. Ele apresentou uma mensagem clara e objetiva que envolvia as lutas e a glória. Ele declara enfaticamente aos seus discípulos: “Se me perseguiram a mim, também perseguirão a vós outros” (Jo 15.20), e “No mundo passais por aflições; mas tende bom ânimo, eu venci o mundo” (Jo 16.33).

    Dentro da perspectiva que estamos analisando, a pregação genuína implica dizer que, se queremos ser santos, devemos priorizar a prática da justiça. No entanto, esta escolha deve ser consciente de que teremos de enfrentar adversidades, dificuldades, incompreensões e injustiças.

    Mais uma vez, encontramos Jesus Cristo mostrando este fato, quando ele, por meio das bem-aventuranças, indica que os seus discípulos serão “perseguidos por causa da justiça”: “Bem-aventurados os perseguidos por causa da justiça (dikaiosu/nh), porque deles é o reino dos céus”(Mt 5.10). 

    Desse modo, devemos observar que:

    a) A Palavra de Deus é útil para nos educar na justiça.

    b) Devemos buscar prioritariamente andar na justiça de Deus.

    c) Todavia, esse desejo deve ser consciente de que a justiça de Deus não se harmoniza com a justiça mundana e que, por isso;

    d) Quem quiser agradar a Deus, fazendo a sua vontade, deve estar preparado para passar por afrontas, discriminação, perseguição e rejeição por causa do nome de Cristo.

    O consolo que temos é que, quando pelo Espírito, damos primazia à justiça de Deus em nossa vida, apesar das perseguições, temos a presença protetora e abençoadora de Deus. Ser cristão não significa ter uma vida fácil, sem problemas e angústias, antes, envolve a certeza de que certamente passaremos por incompreensões, angústias, pesares e perseguições.

    No entanto, podemos ter também a convicção de que Cristo está conosco sempre. Ele nunca nos desampara. É ele mesmo quem nos promete a bem-aventurança em meio às perseguições:

Bem-aventurados sois quando, por minha causa, vos injuriarem e vos perseguirem e, mentindo, disserem todo mal contra vós. Regozijai-vos e exultai, porque é grande o vosso galardão nos céus; pois assim perseguiram aos profetas que viveram antes de vós. (Mt 5.11-12. Vejam-se: Sl 119.116,117).

Maringá, 21 de janeiro de 2021. Rev. Hermisten Maia Pereira da C

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