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A Pessoa e Obra do Espírito Santo (450) - Hermisten Maia

A Pessoa e Obra do Espírito Santo (450)

6.4.12.1.4. A Sabedoria do Espírito na cotidianidade do povo de Deus (Continuação)

Cosmovisão é um compromisso de fé e prática. Por isso, o nosso trabalho pastoral consiste na aplicação de nossa fé – criticamente avaliada a partir das Escrituras – às condições concretas de nossa existência. A fé é chamada a se materializar nos desafios que se configuram diante de nós em nossa história de vida.

 Por conseguinte, o ministério pastoral é um serviço que prestamos a Deus por meio da igreja, do povo que Ele mesmo nos concedeu o privilégio de pastorear. Em fidelidade a nossa vocação, não podemos perder de vista o nosso propósito: servimos a Deus dentro de nossas limitações e expectativas. A graça de Deus tão necessária é abundante e, por isso, suficiente.

            Tornamos à orientação de Paulo: Pondera (noe/w) (= atentar, compreender, pensar, entender) o que acabo de dizer, porque o Senhor (ku/rioj) te dará compreensão (su/nesij) (= entendimento, inteligência, discernimento) em todas as coisas” (2Tm 2.7).

            O que Paulo instrui a Timóteo é no sentido de que ele reflita sobre o que o Apóstolo lhe escreveu buscando a compreensão no Senhor. Pensamento e oração caminham juntos. “Um ministro que ora está no caminho de ter um ministério bem-sucedido”.[1] Contrariamente, a ausência de oração determinará de forma trágica a morte de toda a sua vitalidade espiritual.[2]

            Não podemos excluir Deus de nossas pesquisas. A piedade para tudo é proveitosa (1Tm 4.8). Não permitamos que a nossa fé nos afaste de uma pesquisa séria.[3] A nossa fé deve ser o transpirar de nossa teologia. “A fé cristã não é uma fé apática, uma fé de cérebros mortos, mas uma fé viva, inquiridora. Como Anselmo afirmou, a nossa fé é uma fé que busca entendimento”, resume Craig.[4]

            A nossa fé nunca pode ser algo ocioso.[5] Devemos, portanto, pensar sobre o pensar rogando a Deus a sua iluminação. As nossas mãos devem ser agentes daquilo que, por graça temos percebido. Deus mesmo, por graça, nos dará o discernimento sobre todas as coisas. Pense sobre isso. Ore, persevere em orar a respeito.

            Aos ministros de modo especial: Pregue a Palavra com fidelidade, profundidade, integridade e simplicidade.[6] Cumpra a sua vocação. Ouça o Espírito falando por meio da sua Palavra. Viva esta Palavra. Ensine à Igreja a Palavra do Espírito. Assim Deus será glorificado. Ele mesmo, o Senhor da Glória, haverá de abençoá-los suprindo todas e cada uma de suas necessidades.

            Como já nos referimos, o salmista relata a sua abençoada prática:

97Quanto amo a tua lei! É a minha meditação (hx’yf) (sihãh) (considerar, perscrutar, cogitar), todo o dia! 98 Os teus mandamentos me fazem mais sábio (~k;x’)(chakam)[7] que os meus inimigos; porque, aqueles, eu os tenho sempre comigo. 99 Compreendo mais do que todos os meus mestres, porque medito (hx’yf) (Sihãh) nos teus testemunhos (tWd[e) (`eduth).[8] 100Sou mais prudente (!yBi) (biyn) que os idosos, porque guardo os teus preceitos. 101 De todo mau caminho desvio os pés, para observar a tua palavra. 102 Não me aparto dos teus juízos (jP’v.mi) (mishpat),[9] pois tu me ensinas (hr’y”) (yarah).[10] (Sl 119.97-102).

            O conteúdo de nossa meditação é determinante em nosso comportamento. O salmista meditava na Palavra de Deus.

            Martinho Lutero (1483-1546) constatou acertadamente: “Quão grande dano tem havido quando se tenta ser sábio e interessante sem ou acima da Escritura”.[11]

            Paulo instrui à Igreja para que a Palavra de Cristo habite, se assenhoreie de nosso coração, nos dirigindo em nossa mútua instrução, com sabedoria, louvor e gratidão: Habite (e)noike/w),[12]  ricamente, em vós a palavra de Cristo; instruí-vos e aconselhai-vos mutuamente em toda a sabedoria (sofi/a), louvando a Deus, com salmos, e hinos, e cânticos espirituais, com gratidão, em vosso coração” (Cl 3.16).

            Os efésios eram crentes operantes em Cristo. Paulo ora no sentido de seu contínuo crescimento pela graça. Crescer na graça não significa crescer simplesmente em uma esfera de nossa existência, mas, em todas elas. Crescer na graça significa crescer em maturidade tendo como modelo perfeito o próprio Cristo, cuja mente é o nosso padrão.

São Paulo, 30 de março de 2022.

Rev. Hermisten Maia Pereira da Costa


[1] John Shaw, The Character of a Pastor According to God’s Considered, Morgan, Pa.: Soli Deo Gloria, 1992, p. 10. Apud Alistair Begg, Pregando para a Glória de Deus, São José dos Campos, SP.: Fiel, 2014, p. 63.

[2] “A oração é a conversa da alma com Deus. (…) Um homem sem oração é necessária e totalmente irreligioso. Não pode haver vida sem atividade. Assim como o corpo está morto quando cessa sua atividade, assim a alma que não se dirige em suas ações a Deus, que vive como se não houvesse Deus, está espiritualmente morta” (Charles Hodge, Systematic Theology, Grand Rapids, Michigan: Eerdmans,1976 (Reprinted),v. 3, p. 692).

[3] “Torne sua vida ‒ especialmente sua vida de estudos ‒ uma vida de constante comunhão com Deus em oração. O aroma de Deus não permanece por muito tempo sobre uma pessoa que não se demora em sua presença (…). Somos chamados ao ministério da Palavra e da oração, porque sem oração o Deus de nossos estudos será o Deus que não assusta, que não inspira, oriundo de uma prática acadêmica ardilosa” (John Piper, A Supremacia de Deus na Pregação, São Paulo: Shedd Publicações, 2003, p. 57).

[4]William L. Craig, Apologética Cristã para Questões difíceis da vida, São Paulo: Vida Nova, 2010, p. 29. De igual modo: Garrett J. DeWeese; J.P. Moreland, Filosofia Concisa, São Paulo: Vida Nova, 2011, p. 158.  Veja-se também: Leo Strauss; Eric Voegelin, Fé e filosofia política: a correspondência entre Leo Strauss e Eric Voegelin, São Paulo: É Realizações, 2017, p. 169.

[5]Veja-se: João Calvino, Sermões em Efésios, Brasília, DF.: Monergismo, 2009, p. 134.

[6] “O uso de uma linguagem mais difícil pode ser a forma correta em determinadas situações, mas não é a forma correta na pregação. Pregações são feitas verbalmente. Têm como objetivo o ser compreendido. Se, ocasionalmente, é necessário o uso de palavras incomuns, elas são explicadas. Pregadores que não usam palavras do dia-a-dia em suas mensagens não estão ministrando como o seu Mestre” (Stuart Olyott, Ministrando como o Mestre: Aprendendo com os métodos de Jesus, São José dos Campos, SP.: Fiel, © 2005, 2010 (Reimpressão), p. 12). “A pregação de hoje deve ser feita em uma linguagem de comunicação social; caso contrário, haverá um obstáculo ao entendimento” (Francis A. Schaeffer, A Arte e a Bíblia, Viçosa, MG.: Editora Ultimato, 2010, p. 63).

[7] “A ideia essencial (…) representa um modo de pensar e uma atitude para com as experiências da vida, incluindo questões de interesse geral e moralidade básica. Tais assuntos se relacionam à prudência em negócios seculares, habilidades nas artes, sensibilidade moral e experiência nos caminhos do Senhor” (Louis Goldberg, Hãkam: In: R. Laird Harris, et. al., eds. Dicionário Internacional de Teologia do Antigo Testamento,São Paulo: Vida Nova, 1998, p. 459).

[8] De modo pactual confirma e adverte quanto à natureza de Deus, à veracidade e seriedade das exigências da Lei de Deus enfatizando a Aliança. Deus dá testemunho de Si mesmo (Ex 25.16-22).

[9]Enfatizam a suprema autoridade de Deus em nos prescrever as leis que devem regular as nossas relações e exigir que as cumpramos (Dt 4.1,5,8,14; 5.1; 6.1).

[10] Figuradamente tem o sentido de mostrar, indicar, “apontar o dedo”. Encaminhar (Gn 46.28); disparar (Sl 11.2; 64.4); apontar (Sl 25.8); atingir (Sl 64.4); desferir (Sl 64.7). No hifil, conforme o texto citado, tem o sentido de “ensinar”. (Do mesmo modo: Sl 86.11; 119.33; Pv 4.4; 4.11, etc.).

[11]Lutero, Apud Phillip J. Spener, Mudança para o Futuro: Pia Desideria, Curitiba, PR.; São Bernardo do Campo, SP.: Encontrão Editora; Instituto Ecumênico de Pós-Graduação em Ciências da Religião, 1996, p. 43.

[12] *Rm 7.17; 8.11; 2Co 6.16; Cl 3.16; 2Tm 1.5,14.

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