Warning: strpos() expects parameter 1 to be string, array given in /home/hermisten/www/wp-includes/blocks.php on line 20

Warning: strpos() expects parameter 1 to be string, array given in /home/hermisten/www/wp-includes/blocks.php on line 20

Warning: strpos() expects parameter 1 to be string, array given in /home/hermisten/www/wp-includes/blocks.php on line 20
A Pessoa e Obra do Espírito Santo (300) - Hermisten Maia

A Pessoa e Obra do Espírito Santo (300)

          2) Positivamente considerando (Continuação

11) Criando seus filhos com disciplina e respeito: 1Tm 3.4. Disciplina, obediência (u(potagh/) (*2Co 9.13; Gl 2.5; 1Tm 2.11). Tem o sentido de “submissão” e respeito (semno/thj = respeito, reverência, dignidade). (*1Tm 2.2; 3.4; Tt 2.7). Esta palavra indica uma atitude correta, nobre e honrada, acompanhada de ordem e decência.[1] Deste modo, a educação com disciplina e obediência, envolve uma combinação harmoniosa entre dignidade e cortesia, independência e humildade, disciplina e amor.

          Recordemos um pouco: No Antigo Testamento vemos a educação sendo amplamente praticada dentro do lar, sendo os mestres os próprios pais os quais deveriam lembrar os mandamentos de Deus transmitindo aos seus filhos uma herança repleta de valores morais (Gn 18.19; Ex 10.2; 12.26; 13.8; Dt 4.9-10; 6.20-21; 11.19; 32.7).[2]

          A família sempre desempenhou um papel fundamental dentro da educação judaica, sendo extremamente preventiva e orientadora. Mesmo considerando o processo evolutivo, a educação familiar jamais foi substituída ou preterida. A educação dos filhos era algo prioritário e constante, considerando em seu currículo, os grandes feitos de Deus na história. Os filhos não foram testemunhas daqueles grandes eventos, contudo, aprenderiam por meio de seus pais aqueles fatos e o significado dos mesmos, realçando a aliança e o amor de Deus para com o seu povo.

          Na instituição da Páscoa, Deus já os instrui a respeito do que aconteceria e como os pais deveriam ensinar seus filhos:

Guardai, pois, isto por estatuto para vós outros e para vossos filhos, para sempre. E, uma vez dentro na terra que o SENHOR vos dará, como tem dito, observai este rito. Quando vossos filhos vos perguntarem: Que rito é este? Respondereis: É o sacrifício da Páscoa ao SENHOR, que passou por cima das casas dos filhos de Israel no Egito, quando feriu os egípcios e livrou as nossas casas. Então, o povo se inclinou e adorou. (Ex 12.24-27).

          Notemos que a educação judaica tinha como elemento de extrema relevância as perguntas, as quais certamente eram estimuladas, feitas pelos filhos aos pais ou aos sacerdotes:

          “Quando vossos filhos vos perguntarem: Que rito é este? Respondereis….” (Ex 12.26).

“Naquele mesmo dia, contarás a teu filho, dizendo….” (Ex 13.8).

          “Quando teu filho amanhã te perguntar: Que é isso? Responder-lhe-ás….” (Ex 13.14).

          “Quando teu filho, no futuro, te perguntar, dizendo: Que significam os testemunhos, e estatutos, e juízos que o SENHOR, nosso Deus, vos ordenou? Então, dirás a teu filho….” (Dt 6.20,21).

“Passai adiante da arca do SENHOR, vosso Deus, ao meio do Jordão; e cada um levante sobre o ombro uma pedra, segundo o número das tribos dos filhos de Israel, para que isto seja por sinal entre vós; e, quando vossos filhos, no futuro, perguntarem, dizendo: Que vos significam estas pedras?, então, lhes direis….” (Js 4.5-6).

          “As doze pedras que tiraram do Jordão, levantou-as Josué em coluna em Gilgal. E disse aos filhos de Israel: Quando, no futuro, vossos filhos perguntarem a seus pais, dizendo: Que significam estas pedras?, fareis saber a vossos filhos, dizendo….” (Js 4.20-21).

          Antes de entrar na Terra Prometida, o povo é exortado por Deus por intermédio de Moisés a considerar os ensinamentos de Deus transmitindo-os, também, aos seus filhos:

Tão-somente guarda-te a ti mesmo e guarda bem a tua alma, que te não esqueças daquelas coisas que os teus olhos têm visto, e se não apartem do teu coração (לבב) (lêbâb)  todos os dias da tua vida, e as farás saber a teus filhos e aos filhos de teus filhos. Não te esqueças do dia em que estiveste perante o SENHOR, teu Deus, em Horebe, quando o SENHOR me disse: Reúne este povo, e os farei ouvir as minhas palavras, a fim de que aprenda  (למד) (lâmad) a temer-me todos os dias que na terra viver e as ensinará  (למד)(lâmad)  a seus filhos. (Dt 4.9-10).

A cada sete anos durante a Festa dos Tabernáculos a Lei deveria ser lida diante de todo povo para que aprendesse a temer ao Senhor:

Ajuntai o povo, os homens, as mulheres, os meninos e o estrangeiro que está dentro da vossa cidade, para que ouçam, e aprendam (למד)(lâmad), e temam o SENHOR, vosso Deus, e cuidem de cumprir todas as palavras desta lei; para que seus filhos que não a souberem ouçam e aprendam (למד)(lâmad) a temer o SENHOR, vosso Deus, todos os dias que viverdes sobre a terra à qual ides, passando o Jordão, para a possuir. (Dt 31.12-13).

          Deus orienta aos pais a usarem de vários meios – audível e visual –, de circunstâncias diferentes, de modo formal e informal – sentado, andando, à noite, pela manhã – para ensinar seus filhos a Lei a fim de que não se esqueçam de Deus, nem de Seus atos soberanos na história.  Notemos, contudo, que a Lei deveria estar primeiramente no coração dos pais; somente assim os pais poderiam cumprir com naturalidade a sua missão educativa; o ensino, as lições, as admoestações e aplicações seriam naturais decorrentes de um coração dominado pela Lei do Senhor. Os que amam a Deus guardam no coração a Sua Palavra (Sl 119.11):

Ouve, Israel, o SENHOR, nosso Deus, é o único SENHOR. Amarás, pois, o SEMHOR, teu Deus, de todo o teu coração (לבב) (lêbâb), de toda a tua alma e de toda a tua força. Estas palavras que, hoje, te ordeno estarão no teu coração (לבב) (lêbâb); tu as inculcarás a teus filhos, e delas falarás assentado em tua casa, e andando pelo caminho, e ao deitar-te, e ao levantar-te. Também as atarás como sinal na tua mão, e te serão por frontal entre os olhos. E as escreverás nos umbrais de tua casa e nas tuas portas. Havendo-te, pois, o SENHOR, teu Deus, introduzido na terra que, sob juramento, prometeu a teus pais, Abraão, Isaque e Jacó, te daria, grandes e boas cidades, que tu não edificaste; e casas cheias de tudo o que é bom, casas que não encheste; e poços abertos, que não abriste; vinhais e olivais, que não plantaste; e, quando comeres e te fartares, guarda-te, para que não esqueças o SENHOR, que te tirou da terra do Egito, da casa da servidão. (Dt 6.4-12).

Ensinai-as  (למד)(lâmad) a vossos filhos, falando delas assentados em vossa casa, e andando pelo caminho, e deitando-vos, e levantando-vos. (Dt 11.19).

          Cada cultura tem o seu modelo de homem ideal e, portanto, a educação visa formar esse homem, a fim de atender às expectativas sociais. Paulo sabia muito bem disso; ele mesmo declarara durante a sua defesa em Jerusalém que fora instruído por Gamaliel, o grande mestre da Lei. “Eu sou judeu, nasci em Tarso da Cilícia, mas criei-me nesta cidade e aqui fui instruído (paideu/w) aos pés de Gamaliel, segundo a exatidão da lei de nossos antepassados….” (At 22.3).

          De igual modo, Estevão, descrevendo a vida de Moisés, fala de sua formação, declarando: “E Moisés foi educado (paideu/w) em toda a ciência dos egípcios, e era poderoso em palavras e obras” (At 7.22).

          Todo currículo está comprometido, consciente ou não, com determinada compreensão da realidade que, deste modo, determina metas a serem alcançadas.[3]

Maringá, 19 de setembro de 2021. Rev. Hermisten Maia Pereira da Cost


[1]Ver: Richard C. Trench, Synonyms of the New Testament, London: Macmillan and Co., 1871, § xcii, p. 325-329.

[2]Porque eu o escolhi para que ordene a seus filhos e a sua casa depois dele, a fim de que guardem o caminho do SENHOR e pratiquem a justiça e o juízo; para que o SENHOR faça vir sobre Abraão o que tem falado a seu respeito” (Gn 18.19). “E para que contes a teus filhos e aos filhos de teus filhos como zombei dos egípcios e quantos prodígios fiz no meio deles, e para que saibais que eu sou o SENHOR (Ex 10.2). E, uma vez dentro na terra que o SENHOR vos dará, como tem dito, observai este rito. Quando vossos filhos vos perguntarem: Que rito é este? Respondereis: É o sacrifício da Páscoa ao SENHOR, que passou por cima das casas dos filhos de Israel no Egito, quando feriu os egípcios e livrou as nossas casas. Então, o povo se inclinou e adorou(Ex 12.25-27). Naquele mesmo dia, contarás a teu filho, dizendo: É isto pelo que o SENHOR me fez, quando saí do Egito(Ex 13.8). 9 Tão-somente guarda-te a ti mesmo e guarda bem a tua alma, que te não esqueças daquelas coisas que os teus olhos têm visto, e se não apartem do teu coração todos os dias da tua vida, e as farás saber a teus filhos e aos filhos de teus filhos. 10 Não te esqueças do dia em que estiveste perante o SENHOR, teu Deus, em Horebe, quando o SENHOR me disse: Reúne este povo, e os farei ouvir as minhas palavras, a fim de que aprenda a temer-me todos os dias que na terra viver e as ensinará a seus filhos(Dt 4.9-10). 20 Quando teu filho, no futuro, te perguntar, dizendo: Que significam os testemunhos, e estatutos, e juízos que o SENHOR, nosso Deus, vos ordenou? 21 Então, dirás a teu filho: Éramos servos de Faraó, no Egito; porém o SENHOR de lá nos tirou com poderosa mão(Dt 6.20-21). Ensinai-as a vossos filhos, falando delas assentados em vossa casa, e andando pelo caminho, e deitando-vos, e levantando-vos” (Dt 11.19).Lembra-te dos dias da antiguidade, atenta para os anos de gerações e gerações; pergunta a teu pai, e ele te informará, aos teus anciãos, e eles to dirão(Dt 32.7).

[3] Para uma visão panorâmica de alguns modelos educacionais ao longo da história, veja-se: Hermisten M.P. da Costa, Introdução à Educação Cristã, Brasília, DF.: Monergismo, 2010.

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *