A Pessoa e Obra do Espírito Santo (14)
6. O Ministério do Espírito Santo
Antes de iniciarmos este novo capítulo, recordemos em forma de proposição o que aprendemos até aqui nas Escrituras:
1) Há um só Espírito Santo, que é eternamente procedente do Pai e do Filho.
2) O Espírito é Deus, a quem devemos amar, honrar e adorar.
3) O Espírito é um ser pessoal, que age livremente em harmonia com o Pai e com o Filho.
4) O Pai, o Filho e o Espírito Santo são iguais em Poder, Honra e Glória. “A Divindade do Pai, do Filho, e do Espírito Santo, é uma: a Glória igual e majestade coeterna”.[1]
No próximo post começaremos a estudar o Ministério do Espírito. Deus nos abençoe.
Maringá, 04 de outubro de 2020.
Rev. Hermisten Maia Pereira da Costa
[1] O Credo Atanasiano, Art. 6. Este Credo é também conhecido como “Symbolum Quicunque”, porque esta é a sua primeira palavra em latim: “Quicunque vult salvus esse”(“Quem quer que quiser ser salvo…”). Este Credo que reflete a teologia dos quatro primeiros sínodos ecumênicos; tem sentenças breves que são “artisticamente arranjadas e ritmicamente expressadas. Ele é um credo musical ou salmo dogmático” (P. Schaff, The Creeds of Christendom, v. 1, p. 37.) Segundo a tradição,ele teria sido escrito por Atanásio (295-373), Bispo de Alexandria (328-373), conhecido como “Pai da Ortodoxia”. Segundo a mesma tradição, Atanásio o elaborara durante o seu exílio em Roma, tendo-o oferecido ao papa Julius como sua confissão de fé (Cf. P. Schaff, The Creeds of Christendom, v. 1, p. 35.) Todavia, esta tradição tem sido rejeitada por muitos estudiosos desde o século XVII, quando o holandês Gerhard Jan Vossius (1577-1649), apresentou em 1642, as suas conclusões que contrariavam a referida crença, o mesmo fazendo James Usher (1581-1656), em 1647. (Cf. P. Schaff, The Creeds of Christendom, v. 1, p. 35; J.F. Johnson, Credo Atanasiano: In: Walter A. Elwell, ed. Enciclopédia Histórico-Teológica da Igreja Cristã,São Paulo: Vida Nova, 1988-1990, v. 1, p. 364).
A teoria mais aceita hoje, é a de que este Credo foi escrito por volta do ano 500, no sul da Gália ou África do Norte ou, até mesmo em dois lugares e momentos diferentes. (Cf. P. Schaff, The Creeds of Christendom, v. 1, p. 36; J.F. Johnson, Credo Atanasiano: In: Walter A. Elwell, ed. Enciclopédia Histórico-Teológica da Igreja Cristã,São Paulo: Vida Nova, 1988-1990, v. 1, p. 364; James Hastings, ed. Dictionary of the Bible, New York: Charles Scribner’s Sons, (edition revised F.C. Grant and H.H. Rowley), 1963, p. 188; A.A. Hodge, Esboços de Theologia, p. 103; Charles A. Briggs, Theological Symbolics,New York: Charles Scribners’s Sons, 1914, p. 100). Apesar de várias hipóteses quanto à sua autoria (Ambrósio, Hilário de Arles, Virgílio de Tapsus, Vicente de Lérins, Paulinus de Aquileja, entre outros) (Veja-se: P. Schaff, The Creeds of Christendom, v. 1, p. 36; J.F. Johnson, Credo Atanasiano: In: Walter A. Elwell, ed. Enciclopédia Histórico-Teológica da Igreja Cristã,São Paulo: Vida Nova, 1988-1990, v. 1, p. 364), ninguém conseguiu provar de modo incontestável a identidade do seu autor.
A ênfase deste Credo é a defesa da Cristologia e da doutrina da Trindade conforme foram definidas nos Concílios de Nicéia (325), Constantinopla (381) e Calcedônia (451), refletindo visivelmente a teologia de Agostinho (354-430). (Cf. J.N.D. Kelly, Doutrinas Centrais da Fé Cristã,p. 206; P. Schaff, The Creeds of Christendom, v. 1, p. 36ss; A.A. Hodge, Esboços de Theologia, p. 103).
Ele foi amplamente considerado na Idade Média: na Igreja latina era quase que diariamente usado nas devoções matinais. (Cf. P. Schaff, The Creeds of Christendom, v. 1, p. 40) e, ao que parece, também tinha funções catequéticas. (J.F. Johnson, Credo Atanasiano: In: Walter A. Elwell, ed. Enciclopédia Histórico-Teológica da Igreja Cristã,São Paulo: Vida Nova, 1988-1990, v. 1, p. 364). Os Reformadores o apreciaram bastante, tanto Lutero como Calvino (Compare: T.M. Lindsay, La Reforma y Su Desarrolo Social,Barcelona: CLIE., (1986), p. 102; L. Berkhof, História das Doutrinas Cristãs,São Paulo: Publicações Evangélicas Selecionadas, 1992, p. 87 e Tymothy George, Teologia dos Reformadores, São Paulo: Vida Nova, 1994, p. 198-200). As Confissões Luteranas (Augsburgo e Fórmula de Concórdia) e Reformadas (Trinta e Nove Artigos, Primeira e Segunda Confissão Helvética, Belga), fazem referência a ele. Neste ponto, a Confissão de Westminsterse constitui exceção, já que não o menciona.
Atualmente o Credo Atanasiano é usado liturgicamente com mais frequência pelas Igrejas Romana e Anglicana.