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Introdução ao Estudo dos Credos e Confissões (24) – A Ortodoxia Protestante (5) - Hermisten Maia

Introdução ao Estudo dos Credos e Confissões (24) – A Ortodoxia Protestante (5)

Este artigo é continuação do: Introdução ao Estudo dos Credos e Confissões (23) – A Ortodoxia Protestante (4)

Acesse aqui esta série de estudos completa

 


 

4. Pietismo oposto à Ortodoxia?

 

Ph. J. Spener

Apesar de exageros de ênfase, conforme já mencionamos, não devemos nos esquecer de que nesse período há evidências de uma viva e sólida piedade cristã.[1] Isto se torna ainda mais patente, quando encontramos na obra do pai do Pietismo, Ph. J. Spener (1635-1705), Pia Desideria (1675), o reconhecimento da piedade de Johann Gerhard (1582-1637), tido como um dos maiores teólogos luteranos da ortodoxia. Spener o chama de “piedoso teólogo”.[2]

 

Mais surpreendente ainda é a citação da obra de Gerhard, Harmonie Evangelistarum (1627), feita por Spener:

 

Aqueles que não têm o verdadeiro amor a Cristo e negligenciam a prática da piedade, esses não alcançam o pleno conhecimento de Cristo e a mais rica concessão do Espírito Santo. Para se obter o verdadeiro, vivo, ativo e salutar conhecimento das coisas divinas, não é suficiente ler e estudar as Escrituras. Aí é preciso que se acrescente o amor de Cristo, ou seja, que haja o cuidado de não pecar contra a consciência – do contrário, levanta-se uma barreira contra o Espírito Santo – e que se busque com afinco a vida piedosa.[3]

 

Spener dá tratamento semelhante a outro teólogo luterano, um dos principais representantes do Escolasticismo Protestante do século XVII, Abraão Calovius (1612-1686), conhecido por sua piedade, bem como por um espírito polêmico e exclusivista.[4] Spener faz uma extensa citação de sua obra, Paedia Theologica de Methodo Studdi Theologici (1652), aconselhando os estudantes de teologia a seguirem a orientação de Calovius.[5]

 

Deste período, entre outros teólogos de grande importância, destacam-se:

 

Johann Gerhard

1) Johann Gerhard (1582-1637): luterano, que lecionou em Jena de 1616 até a sua morte em 1637. Gerhard é conhecido por sua piedade e erudição, sendo considerado o maior teólogo luterano depois de Lutero e Martinho Chemnitz (1522-1586).[6] Gerhard sentiu a necessidade de apresentar de forma sistematizada a Teologia Luterana em oposição à Calvinista.[7] Assim, ele escreveu uma obra de nove volumes, publicada em Jena, intitulada Loci Communes Theologici (1610-1622) (Lugares Comuns da Teologia),[8] que foi considerada “o apogeu da teologia dogmática luterana”,[9] permanecendo durante muitos anos como um clássico da teologia luterana.[10]

 

Nesse seu trabalho, Gerhard analisou exaustivamente a doutrina evangélica. Ele “organizou a teologia de conformidade com o método sintético (…) cada doutrina foi tratada por sua vez, considerando-se tudo quanto a Bíblia dizia a respeito de cada tópico. Não houve tentativa de fazer da teologia um sistema filosófico. Cada doutrina foi colocada em relacionamento com outras doutrinas, especialmente com a doutrina principal: o evangelho do perdão dos pecados, por causa da morte de Jesus na cruz”.[11]

 

A obra de Gerhard moldou a Teologia Luterana do século XVIII, permanecendo por muitos anos como uma exposição clássica da Teologia Luterana. Rudolf Otto (1869-1937), diz que a partir de Gerhard a teologia luterana tornou-se mais racionalista.[12]

 

François Turrettini

2) François Turretini (1623-1687): Com Turretini a Ortodoxia Protestante Reformada alcançou seu ponto mais alto de sistematização. Turretini foi um teólogo suíço, filho do pastor calvinista, Benedito Turretini (1588-1631), natural de Zurique, seguidor da Teologia de Dort (1618-1619),[13] e professor de teologia em Genebra (1618),[14] tornando-se um polemista de renome. Benedito, mesmo não tendo sido delegado em Dort, redigiu juntamente com outros três pastores de Genebra uma carta, enviando-a ao Sínodo de Dort (06/10/1618), demonstrando a sua posição anti-arminiana.[15] Ele foi representante da Igreja de Genebra no Vigésimo Terceiro Sínodo Nacional da Igreja Reformada na França, realizado em Alès (01/10/1620), contribuindo para o triunfo do decreto de Dort entre os calvinistas na França, quando os Cânones de Dort (1619) e a Confissão Francesa (1559) foram adotados – por serem considerados em total harmonia com a Palavra de Deus – e todos os ministros e presbíteros juraram solenemente defendê-los.[16]

 

François seguiu as pegadas de seu pai. Foi pastor da congregação Italiana em Genebra (1647/1648).[17] Ele pregava com igual facilidade em Latim, Francês e Italiano. Depois de um breve pastorado em Lyons, retornou a Genebra como professor de Teologia, permanecendo nesta função até sua morte (1653-1687). Sob vários aspectos, Turretini é filho teológico da Academia de Genebra e do Sínodo de Dort.[18]

 

François Turretini – o campeão da ortodoxia calvinista no século XVII –, é um legítimo representante do “Escolasticismo Protestante” Calvinista. Ele, juntamente com John Henry Heidegger, de Zurique (1633-1698) e o Rev. Lucas Gernler, de Basiléia (1625-1675) elaborou a Formula Consensus Helvética (1675),[19] a qual negava a “Expiação Universal”. Este documento foi a última Confissão doutrinária da Igreja Reformada na Suíça, encerrando assim o período de “Credos Calvinistas”. Mesmo não estendendo sua autoridade além da Suíça, esta Fórmula é de grande relevância para a história da teologia Protestante,[20] e para o fortalecimento da união entre os reformados nos cantões suíços.[21] Ela tem sido chamada de “Símbolo Secundino”, “Formula Anti-Salmuriensis”, ou “Anti-Amyraldensis” devido ao combate à teologia de Moisés Amyraut (1596-1664) da escola de Saumur.[22] Nesta Confissão, encontramos uma reafirmação das doutrinas de Dort, com ênfase especial na “Expiação Limitada”.

 

A principal obra de Turretini foi o “lúcido e competente manual de Teologia Sistemática”,[23] Institutio Theologiae Elencticae (Genebra, 1679-1685[24] 2ª ed. 1688 em 3 volumes; republicada em latim, em 1847/1848, em Edinburgh[25] e New York), que visava “consolidar e preservar a teologia Reformada”.[26] Nesse tratado teológico Turretini expõe a Teologia Reformada de forma sistemática, lógica, precisa e científica; o seu método revela conhecimento de Aristóteles (384-322 a.C.) e de Tomás de Aquino (1254-1275).[27] A Institutio, “é a mais importante obra de teologia sistemática escrita em Genebra durante o século XVII.[28] O trabalho de Turretini, sem perigo de cometermos algum exagero, é uma das obras mais completas e precisas do pensamento reformado.

 

Resumindo o pensamento de Turretini a respeito da Bíblia, destacamos que na Institutio ele dedica 123 páginas às Sagradas Escrituras, tratando o assunto por meio de 20 perguntas, tais como: “A Palavra de Deus – Era necessária a revelação verbal?”; “A Necessidade da Escritura – Era necessário que a palavra de Deus fosse completamente escrita”, “A Autoridade das Escrituras Sagradas – São as santas Escrituras verdadeiramente autênticas e divinas?”.

 

Podemos perceber que Turretini não apresentou novas contribuições na questão da autoridade bíblica; ele segue de modo natural o pensamento de Calvino e das Confissões Reformadas, especialmente a de Westminster. Ele diz que um ponto característico de todas as “igrejas ortodoxas” é a afirmação de que a revelação da Palavra de Deus ao homem é absoluta e necessária para a salvação.[29]

 

Seguindo os mesmos princípios da Confissão de Westminster, sustenta que as dúvidas teológicas devem ser decididas à luz dos originais bíblicos, o mesmo fazendo quando houver divergências nas traduções.[30] As traduções são essenciais para a vida da Igreja conforme a história tem demonstrado;[31] contudo elas não são inspiradas por Deus.[32]

 

Como a nossa fé está fundamentada nas Escrituras, a Igreja deve ter como seu propósito fundamental preservar a Bíblia incólume contra os ataques daqueles que querem negar a sua autoridade.[33] As traduções devem sempre retornar às fontes (originais) por que estas foram ditadas por Deus sendo por isso infalíveis.[34] Todas as versões são fluxos; o texto original é a fonte de onde eles fluem.[35] Ainda que as versões possam conter erros elas não se equivocam no que diz respeito à doutrina. Assim, a nossa fé não se apóia sobre as palavras, mas materialmente sobre a substância das doutrinas ali ensinadas.[36] A conformidade para com o original é diferente de igualdade.

 

Qualquer versão (contanto que fiel) realmente é conformável ao original porque tem substancialmente a mesma doutrina. Todavia, não é igual ao original porque é um trabalho humano expresso numa linguagem humana e não divina.[37] Se uma versão pudesse conter a pura palavra de Deus em palavras divinas, nenhuma correção poderia ser feita. Contudo, como compete a nós colocar em palavras humanas a palavra de Deus, segue que pode admitir-se a necessidade de correção, não com respeito à própria doutrina (que ainda permanece a mesma), mas com respeito às condições que especialmente em passagens difíceis e obscuras podem ser traduzidas diferentemente por pessoas diferentes de acordo com a medida do dom de Cristo.[38]

 

As Escrituras são suficientes para conduzir-nos em nossa fé e prática, tornando-nos perfeitos na prática de boas obras.[39]

 

A Institutio exerceria mais tarde, uma forte influência na Teologia de Princeton, apor intermédio do seu primeiro professor Archibald Alexander (1772-1851) – apreciador de John Locke (1632-1704) e da filosofia do senso-comum[40] –, que a adotaria como livro-texto no Seminário de Princeton, desde a sua fundação em 1812. Charles Hodge (1797-1878), que fora aluno e sucessor de Alexander, lecionando Teologia Exegética e Didática na mesma instituição (1840-1878),[41] adotou também o livro de Turretini,[42] tendo profundo respeito por este.

 

Em 1845, Hodge escrevera a respeito de Turretini: “….No todo, o melhor escritor de teologia sistemática que conhecemos. Não obstante a tintura de escolasticismo que está presente em sua obra, ela se adapta, de modo admirável, à situação atual da teologia em nosso país”.[43] Na sua Teologia Sistemática, publicada posteriormente, Turretini é citado com alguma frequência como um dos fundamentos de suas conclusões.[44]

 

É sempre bom lembrar que A.G. Simonton (1833-1867), aluno de Hodge,[45] estudou teologia nesta obra, já que a Teologia Sistemática de Hodge[46] – ainda em fase de elaboração –, só substituiria o livro de Turretini a partir de 1872-1873.[47]

 

Boanerges Ribeiro (1919-2003) resume: na sua obra, “Turretini refuta Arminius quanto ao livre arbítrio; Amyraut, quanto à natureza da expiação; Lutero quanto aos sacramentos; a Igreja de Roma e os racionalistas quanto à natureza e autoridade da Bíblia”.[48]

 

***

 

Lembrando a observação de Tillich, devemos ter em mente que, a Ortodoxia Protestante, “É a sistematização e a consolidação das ideias da Reforma, desenvolvidas em contraste com a Contra-Reforma”.[49]

 

Este período trouxe consigo a elaboração e sistematização da teologia protestante, todavia, acarretou a reação pietista que enfatizava mais precisamente o aspecto emotivo da fé cristã.

 

É fato também, que a Ortodoxia Protestante num estágio posterior, mesmo sem jamais ter ensinado isso, impulsionou a preocupação puramente doutrinária, acarretando uma estagnação espiritual, marcada por um formalismo vazio: ortodoxia doutrinária e heterodoxia vivenciada.

 

Por certo, insistimos, este não era o desejo dos Reformadores, nem dos teólogos ortodoxos do século XVII, mas o fato é que a Ortodoxia contribuiu na pavimentação do caminho para o racionalismo. Por outro lado, todos os movimentos teológicos posteriores, sempre estiveram dependentes da ortodoxia clássica. O Pietismo, como veremos, tentará subjetiva-la; O Liberalismo – cada grupo com sua ênfase específica – tentará superá-la, tendo a razão como elemento norteador de toda a sua teologia. Nós, Reformados, somos herdeiros de muitíssimos de seus conceitos, os quais devem ser preservados, sempre em atenção ao Verbo Divino, sustentando uma fé viva em Cristo, que se manifeste em nossa doutrina e vida.

 

São Paulo,13 de dezembro de 2018.

Rev. Hermisten Maia Pereira da Costa

 

 


 

[1]Cf. W. Walker, História da Igreja Cristã, São Paulo: ASTE., 1967, v. 2, p. 190.

[2]Philipp J. Spener, Mudança Para o Futuro: Pia Desideria, p. 107.

[3]J. Gerhard, Harmonie Evangelistarum, capítulo 176, p. 1333b. Apud Ph. J. Spener, Mudança Para o Futuro: Pia Desideria, p. 107.

[4]Vejam-se: S.N. Gundry, Calóvio: In: EHTIC., v. 1, p. 224-225; A. Tholuck, Calovius: In: RED.,v. 1, p. 365. Ainda que ele negasse o seu gosto por controvérsias (Cf. Ian Sellers, Calovius: In: Wilton M. Nelson, ed. ger. Diccionario de Historia de la Iglesia, Miami: Editorial Caribe, 1989, p. 192).(Doravante, citado como DHL).

[5]Veja-se:. Ph. J. Spener, Mudança Para o Futuro: Pia Desideria, p. 105-106.

[6]Um ditado popular a respeito de Chemnitz, dizia: “Se Martinho Chemnitz não tivesse chegado, Martinho Lutero dificilmente teria sobrevivido” (Cf. J.F. Johnson, Chemnitz: In: EHTIC., v. 1, p. 277).

[7]Cf. Alister E. McGrath, Christian Theology: An Introduction, p. 72.

[8]Esta obra foi reeditada em Leipzig (1863-1876) em 10 volumes.

[9]Ian Sellers, Gerhard: In: DHL., p. 469.

[10] Cf. Alister E. McGrath, Teologia, sistemática, histórica e filosófica: uma introdução à teologia cristã, p. 116.

[11]J.M. Drickamer, Gerhard: In: EHTIC., v. 2, p. 197. Por sua vez, Berkhof diz que, o trabalho de Gerhard “é uma obra de primeira importância, notável por seu desenvolvimento filosófico e pelo arranjo sistemático de seu conteúdo” (L. Berkhof, Introduccion a la Teologia Sistematica, p. 80).

[12] Rudolf Otto, O Sagrado, São Bernardo do Campo, SP.: Imprensa Metodista/Programa Ecumênico de Pós-Graduação em Ciências da Religião, 1985, p. 108.

[13]Clouse diz que Dort consistiu na principal afirmação do Escolasticismo Reformado. (Roberto G. Clouse, Escolasticismo: In: DHL., p. 401b. Sobre o Sínodo de Dort, Veja-se: Hermisten M.P. Costa, A Igreja Presbiteriana e os Símbolos de Fé, p. 23-24.

[14] Dr. Thomas, Turretin: In: RED.,v. 3, p. 2408; Turretini: In: CBTEL., X, p. 599a.

[15] Cf. James T. Dennison, Jr., The Life and Career of Francis Turretin: In: F. Turretin, Institutes of Elenctic Theology, Phillipsburg, New Jersey: Presbyterian and Reformed Publishing Company, 1997, v. 3, p. 641.

[16]O Vigésimo Quarto Sínodo Nacional da França, realizado em Charenton (Set/1623), reafirmou este procedimento Vejam-se: Jean Delumeau, Nascimento e Afirmação da Reforma, p. 226, 229; Philip Schaff, COC., v. 1, p. 478; Turretini: In: EB., XXII, p. 630; Turretini: In: CBTEL., X, p. 599a.

[17]O seu avô, Francesco, era um protestante italiano que por questões religiosas (Inquisição) emigrou de Lucca para a Suíça em 1579. (Cf. Turretini: In: CBTEL., X, p. 599a).

[18]Turretini estudou na Academia de Genebra, tendo como principais mestres Giovanni Diodati (1576-1649), teólogo genebrino, também de ascendência italiana, que lecionara hebraico na Academia de Genebra (1597), vindo a ocupar a cadeira de Teologia (1609-1645), que fora de Calvino e Beza. Diodati foi delegado de Genebra em Dort. Em 1607 Diodati fez uma tradução da Bíblia para o italiano, tornando-se reitor da Academia em 1618. Em 1644 Diodati fez outra tradução das Escrituras, agora para o francês, sendo a sua edição anotada, adquirindo então grande circulação. Outro mestre de Turretini, foi Theodore Tronchin (1582-1657), teólogo genebrino, casado com a filha adotiva de Beza, sendo professor de Hebraico na Academia de Genebra (1606) e posteriormente de Teologia (1618), substituindo a Diodati, como também já fizera nas línguas orientais quando aquele assumira a cadeira de Teologia. Ele juntamente com Diodati, foi delegado de Genebra no Sínodo de Dort: Somente os dois foram enviados como delegados.

Após seus estudos básicos (1644), Turretini viajou pela Europa, estudando em Leyden, Utrecht, Paris – onde além de teologia, estudou física e astronomia com Pierre Gassendi (1592-1655), então professor de Matemática no Colégio Real de Paris –, Saumur, Montauban e Nîmes.

Turretini também foi influenciado pelo teólogo reformado, Friedrich Spanheim (1600-1648), que estudara em Heidelberg e Genebra, lecionando teologia em Genebra (1631) e Leyden (1648). Assim como Turretini, Spanheim, que era um profícuo escritor, escreveu obras combatendo os ensinamentos de Moisés Amyraut (1596-1664). Em janeiro de 1653, Turretini foi indicado sucessor de Spanheim na cadeira de Teologia na Academia. Seu discurso inaugural foi baseado em Hb 1.1. Mais tarde em dois períodos seria Reitor da Academia: 1654-1657 e 1668-1670. (Vejam-se: Jack B. Rogers; Donald K. McKim, The Authority and Interpretation of the Bible: An Historical Approach, San Francisco, Harper & Row, Publishers, 1979, p. 172-173; Diodati: In: RED.,v. 1, p. 640; Spanheim: In: RED.,v. 3, 2222; Tronchin: In: RED., v. 3, p. 2397-2398; R.J. Vandermolen, Turretin: In: EHTIC.,v. 3, p. 580-581; James T. Dennison, Jr., The Life and Career of Francis Turretin: In: F. Turretin, Institutes of Elenctic Theology, Phillipsburg, New Jersey: Presbyterian and Reformed Publishing Company, 1997, v. 3, p. 648ss.).

[19] A. A. Hodge (1823-1886), certamente com uma boa dose de exagero, a denomina de “a mais científica e completa de todas as Confissões Reformadas” (A.A. Hodge, Esboços de Theologia, p. 113). Talvez seria melhor dizer que esta Declaração Teológica foi a maior expressão do Escolasticismo Protestante. (Veja-se: A.C. McGiffert, Protestant Thought Before Kant, Gloucester Mass.: Peter Smith Publisher, Inc., 1971 (Reprinted), p. 153).

[20]Mais tarde o filho de François Turretini, Jean-Alphonse Turretini, “Turretini, o Jovem” (1671-1737), pastor em Genebra (1693); professor em Genebra, de História Eclesiástica (1697), Reitor (1701) e professor de Teologia (1705), não concordando com o ensino do seu pai, não continuou com o ensino Calvinista – tinha inclinação arminiana –; assim ele conseguiu que em 1706 a Fórmula, que era subscrita por todos os pastores desde 1679, não fosse mais e, em 1722/1725, finalmente conseguiu que fosse renunciada. (Vejam-se: P. Schaff, COC.,v. 1, p. 478-479; A. A. Hodge, Esboços de Theologia, p. 113; Richard C. Gamble, Suíça: Triunfo e Declínio: In: CSIMO., p. 82; Turretini: In: RED.,v, 4, p. 2408b; Turretini: In: CBTEL., X, p. 599b; John T. McNeill, The History and Character of Calvinism, New York: Oxford University Press, 1954, p. 405-406; H.R. Trevor-Roper, Religião, Reforma e Transformação Social, Lisboa: Editorial Presença/Martins Fontes, c. 1981, p. 159; Martin I. Klauber, The Helvetic Formula Consensus (1675): An Introduction and Translation: In: Trinity Journal, 11NS (1990), p. 103-114). Quanto à uma síntese de seus princípios hermenêuticos, Vejam-se: Hans-Joachim Kraus, Calvin’s Exegetical Principles: In: Interpretation 31 (1977), Virginia, p. 18; Richard A. Muller, Post-Reformation Reformed Dogmatics, v. 1, p. 51).

[21]”Este Consensus foi significativo não somente para condenar a teologia Salmuriana, porém também para unir os cantões evangélicos da Suiça na comum definição da fé reformada. Semelhante unidade foi necessária para o fortalecimento reformado da Suíça contra a Igreja Católica Romana” (Martin I. Klauber, The Helvetic Formula Consensus (1675): An Introduction and Translation: In: Trinity Journal, 11NS (1990), p. 107).

[22]Ver adendo sobre a Amyraldianismo in: Hermisten M.P. Costa, Raízes da Teologia Contemporânea, São Paulo: Cultura Cristã, 2004 e Philip Schaff, COC.,v. 1, p. 478.

[23]John T. McNeill, The History and Character of Calvinism, p. 406.

[24] v. I (1679); v. II (1682); v. III (1685).

[25]Francisco Turrettino, Institutio Theologiae Elencticae, Edinburgh, John D. Lowe, 1847-1848. Esta edição foi patrocinada pelo eminente teólogo inglês William Cunningham (1805-1861), professor do New College de Edimburgo desde 1843 e reitor a partir de 1848. (Vejam-se: W.G. Blaikie, Cunningham, William: In: RED., v. 1, p. 585; James T. Dennison, Jr., The Life and Career of Francis Turretin: In: F. Turretin, Institutes of Elenctic Theology, Phillipsburg, New Jersey: Presbyterian and Reformed Publishing Company, 1997, v. 3, p. 648).

[26] John H. Leith, A Tradição Reformada: Uma maneira de ser a comunidade cristã, p. 184.

[27] Veja-se: Jack B. Rogers; Donald K. McKim, The Authority and Interpretation of the Bible: An Historical Approach, p. 173ss.

[28] Donald G. Grohman, Turretin: In: Donald K. McKim, ed. Encyclopaedia of the Reformed Faith, Louisville, Kentucky: Westminster; John Knox Press, 1992, p. 378. É “uma das expressões mais plenas do escolasticismo calvinista” (R.J. Vandermolen, Turretin: EHTIC.,v. 3, p. 580). (Veja-se: John H. Leith, A Tradição Reformada: Uma maneira de ser a comunidade cristã, p. 184-185).

[29] Cf. F. Turretin, Institutes of Elenctic Theology, Phillipsburg, New Jersey: Presbyterian and Reformed Publishing Company, 1992, v. 1, p. 55.

[30] F. Turretin, Institutes of Elenctic Theology, v. 1, p. 116-123.

[31] F. Turretin, Institutes of Elenctic Theology, v. 1, p. 123.

[32] F. Turretin, Institutes of Elenctic Theology, v. 1, p. 128, 132.

[33] F. Turretin, Institutes of Elenctic Theology, v. 1, p. 116-117.

[34] F. Turretin, Institutes of Elenctic Theology, v. 1, p. 125.

[35] F. Turretin, Institutes of Elenctic Theology, v. 1, p. 125.

[36] F. Turretin, Institutes of Elenctic Theology, v. 1, p. 125.

[37] F. Turretin, Institutes of Elenctic Theology, v. 1, p. 125-126.

[38] F. Turretin, Institutes of Elenctic Theology, v. 1, p. 126-127.

[39] F. Turretin, Institutes of Elenctic Theology, v. 1, p. 136.

[40]Cf. Ernest R. Sandeen, The Roots of Fundamentalism: British and American Millenarianism, 1800-1930, Grand Rapids, Michigan: Baker Book House, 1978 (Reprinted), p. 115.

[41] Hodge fez sua Pública Profissão de Fé na Igreja Presbiteriana de Princeton (13/01/1815). Após estudar no Princeton College, ingressou no Seminário de Princeton (1816) graduando-se em 1819, indo, por sugestão do Dr. Archibald Alexander, estudar hebraico na Filadélfia. Foi Ordenado Ministro Presbiteriano (outubro de 1821) e, em maio de 1822 foi eleito professor do Seminário de Princeton. Neste mesmo ano Hodge casou-se com Sarah Basche (17/06/1822). No período de 1826-1828, passou estudando na Europa: Paris (1826-1827) e Alemanha, na Universidade de Halle (1827-1828). Em 1840, tornou-se sucessor imediato de Archibald Alexander, permanecendo nesse cargo até a sua morte em 1878, tendo publicado a sua monumental Teologia em 1872-1873.

[42]”Sua obra foi muito influente no desenvolvimento da teologia americana no século XIX, particularmente no Presbiterianismo americano” (R. Hesselgrave, Turretin: In: WW., p. 683b. Sobre a influência de Turretini na Teologia de Princeton, Vejam-se: Mark A. Noll, ed. The Princeton Theology: 1812-1921, Grand Rapids, Michigan: Baker Book House, 1983, p. 29-30; John H. Leith, A Tradição Reformada: Uma maneira de ser a comunidade cristã, p. 184-185; Jack B. Rogers; Donald K. McKim, The Authority and Interpretation of the Bible: An Historical Approach, p. 268ss.; 279ss. A influência de Turretini tornar-se-ia também evidente não apenas em Princeton, mas também em outros teólogos presbiterianos do século XIX, de diferentes escolas, tais como Robert L. Dabney (1820-1898), professor de Teologia no Union Seminary de Richmond (Lectures in Systematic Theology, Grand Rapids, Michigan: Baker Book House, 1985) e W.G.T. Shedd (1820-1894), professor de Teologia do Union Seminary de New York (W.G.T. Shedd, Dogmatic Theology, 2. ed. Nashville: Thomas Nelson Publishers, 1980). O próprio A.H. Strong (1835-1921), o grande teólogo batista do século XIX, usa e cita Turretini umas dez vezes, referindo-se a ele como um “claro e vigoroso teólogo” (Augustus H. Strong, Systematic Theology, 35. ed. Philadelphia: The Judson Press, 1993, p. 46).

[43] Artigo provavelmente escrito por Charles Hodge, Presbyterian Review, p. 190. Vejam-se: Mark A. Noll, ed. The Princeton Theology: 1812-1921, p. 29 e John H. Leith, A Tradição Reformada: Uma maneira de ser a comunidade cristã, p. 186.

[44]Basta um exame superficial para verificar este fato: Charles Hodge, Teologia Sistemática, São Paulo: Editora Hagnos, 2001, p. 352; 445-446, 449, 640, 750-751, etc.

[45]Simonton ingressou no Seminário de Princeton, em Setembro de 1855, tendo um sermão de Hodge, proferido em outubro do mesmo ano, o influenciado bastante quanto ao seu futuro trabalho missionário. Simonton registrou no seu Diário, 14/10/1855:

“Ouvi hoje um sermão muito interessante do Dr. Hodge sobre os deveres da igreja na educação. Falou da necessidade absoluta de instruir os pagãos antes de poder esperar qualquer sucesso na propagação do Evangelho (…). Esse sermão teve o efeito de levar-me a pensar seriamente no trabalho missionário no estrangeiro (…). Eu nunca havia considerado seriamente a alternativa de trabalhar no estrangeiro; sempre parti do princípio de que minha esfera de trabalho seria em nosso país, tão vasto, e que cresce tanto. Pois estou agora convencido de que devo considerar a possibilidade seriamente; e se há tantos que preferem ficar, não será meu dever partir?”.

[46] Tradução brasileira: Charles Hodge, Teologia Sistemática, São Paulo: Editora Hagnos, 2001.

[47] A influência de Princeton se estendeu para fora dos limites presbiterianos. Apenas como amostragem, citamos: Edgar Y. Mullins (1860-1928), teólogo batista, presidente do Seminário Batista do Sul em Louisville, foi influenciado pela teologia de Princeton, por intermédio de um antigo aluno de C. Hodge, James P. Boyce (1827-1888) (Veja-se: Mark A. Noll, ed. The Princeton Theology: 1812-1921, p. 20) – a quem ele dedica a sua Teologia. (Edgar Y. Mullins, La Religión Cristiana En Su Expresión Doctrinal, 4. ed. (corregida), Buenos Aires, Casa Bautista de Publicaciones, 1980, p. v).

Walter T. Conner (1877-1952), dedica a sua Doctrina Cristiana, aos seus mestres: Calvin Goodspeed, A.H. Strong e E.Y. Mullins. (W.T. Conner, Doctrina Cristiana, 4. ed. Buenos Aires: Casa Bautista de Publicaciones, 1978). Conner, foi aluno do já mencionado teólogo batista Edgar Y. Mullins (1860-1928) e de A.H. Strong (1835-1921) no Seminário de Rochester (New York). Um antigo aluno de Conner, escreveu dizendo que talvez ele tenha influenciado o “pensamento teológico entre os Batistas do Sul, mais que qualquer outra pessoa do nosso século” (James W. McClendon, Teologos Destacados del Siglo XX, 2. ed. Buenos Aires: Casa Bautista de Publicaciones, 1972, p. 53).

[48]Boanerges Ribeiro, Igreja Evangélica e República Brasileira (1889-1930), São Paulo: O Semeador, 1991, p. 195.

[49]Paul Tillich, História do Pensamento Cristão, São Paulo: ASTE., 1988, p. 251.

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