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Os eleitos de Deus e o seu caminhar no tempo e no teatro de Deus (43) - Hermisten Maia

Os eleitos de Deus e o seu caminhar no tempo e no teatro de Deus (43)

2) A reciprocidade do “suportar”

 

Notemos também que o “suportar” é recíproco: “uns aos outros”. Esta palavra é de grande relevância na descrição de nossas relações: “uns aos outros” (a)llh/lwn). O nosso caminho envolve reciprocidade. Certamente todos nós precisamos exercitar a tolerância para com os nossos irmãos, sabendo que nenhum de nós está acima disso. Nenhum de nós está livre de estimular a tolerância de nosso próximo para conosco. Estejamos certos de que em nosso convívio diário, pessoas têm sido provadas em sua tolerância para conosco. Em geral nós não somos tão “suportáveis” e menos ainda “agradáveis” o quanto que imaginamos que somos.

 

Devemos suportar uns aos outros, exercitando o nosso perdão: “Suportai-vos (a)ne/xomai) uns aos outros (a)llh/lwn), perdoai-vos mutuamente, caso alguém tenha motivo de queixa contra outrem. Assim como o Senhor vos perdoou, assim também perdoai vós” (Cl 3.13).

 

A base do nosso perdão é o perdão concedido por Deus. Ele não somente nos perdoa, como também nos capacita a perdoar. Deus faz o nosso perdão possível. Na prática da tolerância exercitamos o nosso perdão que é fruto do perdão de Deus em nós: “É Deus quem semeia em nossos corações a semente da fé e o ânimo perdoador”, comenta Hendriksen (1900-1982).[1]

 

O ponto de partida de todo o nosso relacionamento, é que somos o Corpo de Cristo e membros uns dos outros: “Assim também nós, conquanto muitos, somos um só corpo em Cristo e membros uns dos outros (a)llh/lwn) (Rm 12.5). Paulo aplica este fato, implicando a necessidade que temos de ser sinceros: “Deixando a mentira, fale cada um a verdade com o seu próximo, porque somos membros uns dos outros (a)llh/lwn) (Ef 4.25).[2]

 

Devemos simpatizar com os nossos irmãos, na alegria e na dor. À Igreja de Roma, com maioria gentílica mas, com grande número de judeus, havendo divisão entre eles, Paulo recomenda: “Alegrai-vos com os que se alegram e chorai com os que choram. Tende o mesmo sentimento uns para com os outros (a)llh/lwn);[3] em lugar de serdes orgulhosos, condescendei com o que é humilde; não sejais sábios aos vossos próprios olhos” (Rm 12.15-16).

 

Devemos nos esforçar por amar-nos reciprocamente, sendo este amor alvo de nossas orações e de gratidão a Deus por sua existência entre nós. Paulo insiste neste ponto na nas cartas aos tessalonicenses:

 

No tocante ao amor fraternal, não há necessidade de que eu vos escreva, porquanto vós mesmos estais por Deus instruídos que deveis amar-vos uns aos outros (a)llh/lwn). (1Ts 4.9).

E o Senhor vos faça crescer e aumentar no amor uns para com os outros (a)llh/lwn) e para com todos, como também nós para convosco. (1Ts 3.12).

Irmãos, cumpre-nos dar sempre graças a Deus no tocante a vós outros, como é justo, pois a vossa fé cresce sobremaneira, e o vosso mútuo amor de uns para com os outros (a)llh/lwn) vai aumentando. (2Ts 1.3).

 

Em nossa consideração mútua nos estimulamos ao amor e às boas obras: “Consideremo-nos também uns aos outros (a)llh/lwn), para nos estimularmos ao amor e às boas obras” (Hb 10.24). “Onde o amor governa e floresce, edificaremos muitíssimos uns aos outros”, conclui Calvino.[4]

 

Tiago orienta a Igreja que evidencie de forma prática e vital a sua unidade, recomendando aos irmãos que confessem os seus pecados uns aos outros orando reciprocamente: “Confessai, pois, os vossos pecados uns aos outros (a)llh/lwn) e orai uns pelos outros (a)llh/lwn)….” (Tg 5.16). Ou seja, aprendamos a confiar em nossos irmãos, aprendamos a ouvi-los e acompanhá-los em oração diante de Deus.

 

3) “Uns aos outros em amor”:

 

Paulo, então, no texto, diz: “em amor”. A atitude externa de manter-se firme, tem como ingrediente interno o amor.[5] O amor é uma espécie de cinturão que une, amarra as virtudes anteriormente faladas: humildade, mansidão, longanimidade e o suportar. Notemos então que tudo isso é recíproco, tendo o amor como elemento agregador e orientador. O elemento fomentador e inspirador destas virtudes é o amor. O amor é o motivo de nossa humildade, mansidão, longanimidade e paciência em suportar os nossos irmãos.

 

Devemos nos amar uns aos outros, sendo este sentimento característico dos discípulos de Cristo: “Novo mandamento vos dou: que vos ameis uns aos outros (a)llh/lwn); assim como eu vos amei, que também vos ameis uns aos outros (a)llh/lwn). Nisto conhecerão todos que sois meus discípulos: se tiverdes amor uns aos outros (a)llh/lwn)” (Jo 13.34-35).[6] O amor de Cristo antecede o nosso e confere significado à palavra amor.

 

A Palavra de Deus é a fonte de nossa esperança e consolo. Por meio dela devemos consolar-nos mutuamente:

 

Pois, se cremos que Jesus morreu e ressuscitou, assim também Deus, mediante Jesus, trará, em sua companhia, os que dormem. Ora, ainda vos declaramos, por palavra do Senhor, isto: nós, os vivos, os que ficarmos até à vinda do Senhor, de modo algum precederemos os que dormem. Porquanto o Senhor mesmo, dada a sua palavra de ordem, ouvida a voz do arcanjo, e ressoada a trombeta de Deus, descerá dos céus, e os mortos em Cristo ressuscitarão primeiro; depois, nós, os vivos, os que ficarmos, seremos arrebatados juntamente com eles, entre nuvens, para o encontro do Senhor nos ares, e, assim, estaremos para sempre com o Senhor. Consolai-vos, pois, uns aos outros (a)llh/lwn) com estas palavras. (1Ts 4.14-18). Consolai-vos, pois, uns aos outros (a)llh/lwn) e edificai-vos reciprocamente, como também estais fazendo. (1Ts 5.11).

 

A nossa mútua fé serve de encorajamento. É isso que Paulo diz aos romanos: “…. muito desejo ver-vos, a fim de repartir convosco algum dom espiritual, para que sejais confirmados, isto é, para que, em vossa companhia, reciprocamente nos confortemos por intermédio da fé mútua (a)llh/lwn), vossa e minha” (Rm 1.11-12).

 

A paz deve ter primazia entre nós: “Evitai que alguém retribua a outrem mal por mal; pelo contrário, segui sempre o bem entre vós (a)llh/lwn) e para com todos” (1Ts 5.15).

 

No entanto, precisamos estar irmanados na correção e na solidariedade restauradora: “Irmãos, se alguém for surpreendido nalguma falta, vós, que sois espirituais, corrigi-o com espírito de brandura; e guarda-te para que não sejas também tentado. Levai as cargas uns dos outros (a)llh/lwn) e, assim, cumprireis a lei de Cristo” (Gl 6.1-2).

 

Somos responsáveis por admoestar-nos mutuamente: “E certo estou, meus irmãos, sim, eu mesmo, a vosso respeito, de que estais possuídos de bondade, cheios de todo o conhecimento, aptos para vos admoestardes uns aos outros (a)llh/lwn) (Rm 15.14).

 

Neste processo de admoestação e correção, estaremos buscando sempre a edificação de todos: “Assim, pois, seguimos as coisas da paz e também as da edificação de uns para com os outros (a)llh/lwn) (Rm 14.19).

 

Neste sentido, Paulo ora para que haja um sentimento recíproco entre os irmãos, modelados por Jesus Cristo: “Ora, o Deus da paciência e da consolação vos conceda o mesmo sentir de uns para com os outros (a)llh/lwn), segundo Cristo Jesus, para que concordemente e a uma voz glorifiqueis ao Deus e Pai de nosso Senhor Jesus Cristo. Portanto, acolhei-vos uns aos outros (a)llh/lwn), como também Cristo nos acolheu para a glória de Deus” (Rm 15.5-7).

 

O nosso relacionamento deve ser caracterizado pela humildade, sem pretensão de vanglória. Especialmente aos jovens, Pedro escreve: “Rogo igualmente aos jovens: sede submissos aos que são mais velhos; outrossim, no trato de uns com os outros (a)llh/lwn), cingi-vos todos de humildade, porque Deus resiste aos soberbos, contudo, aos humildes concede a sua graça” (1Pe 5.5).

 

Maringá, 02 de maio de 2019.

Rev. Hermisten Maia Pereira da Costa

 

*Leia esta série completa aqui.

 


[1]G. Hendriksen, El Evangelio Segun San Mateo, Grand Rapids, Michigan:  Subcomision Literatura Cristiana, 1986, p. 350.

[2]Da mesma forma, Cl 3.9.

[3] É curioso que esta palavra, que aparece 100 vezes no Novo Testamento, ocorre com mais frequência em Romanos, 14 vezes.  No Evangelho de João aparece também 14 vezes.

[4]João Calvino, Efésios, (Ef 4.1-4), p. 109.

[5]Cf. William Hendriksen, Efésios, p. 229.

[6]De igual modo: Jo 15.12,17; Rm 12.10; 13.8; 1Pe 1.22; 1Jo 3.11,23; 4.7,11,12; 2Jo 5

One thought on “Os eleitos de Deus e o seu caminhar no tempo e no teatro de Deus (43)

  • 11 de maio de 2019 em 09:19
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    Suportar o outro é a arte de admitir e administrar contrários.

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