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Teologia da Evangelização (125) - Hermisten Maia

Teologia da Evangelização (125)

4.3.2.1. A Gloriosa singularidade da Pessoa e Obra de Cristo

Uma das expressões mais completas das “insondáveis riquezas de Cristo” (Ef 3.8) é-nos manifestada no fato da encarnação do Verbo eterno de Deus. Por isso é que o Evangelho é a Boa Nova da glória de Cristo e da glória de Deus: Jesus Cristo é Deus. Jesus Cristo é o cerne, a parte mais importante e definitiva da boa nova.

          Em Cristo resplandece a Majestade Divina: “E o Verbo se fez carne e habitou entre nós, cheio de graça e de verdade, e vimos a sua glória, glória como do unigênito do Pai” (Jo 1.14). Somente Deus é glorioso.[1]

          O Evangelho nos enriquece. Jesus Cristo, o Senhor da glória, rico em sua glória eterna (1Co 2.8; Tg 2.1/Jo 17.1-5)[2] fez-se pobre por amor do Seu povo a fim de que fôssemos enriquecidos na plenitude de Sua graça:[3] “Pois conheceis a graça de nosso Senhor Jesus Cristo, que, sendo rico (plou/sioj), se fez pobre por amor de vós, para que, pela sua pobreza, vos tornásseis ricos (ploute\w) (2Co 8.9).

          Na realidade, a sua humilhação (encarnação e morte) e exaltação (ressurreição, glorificação e ascensão) não afetaram a essência da Sua natureza Divina.

          Owen escreveu com discernimento bíblico e teológico:

Quando Ele tomou sobre Si a forma de um servo em nossa natureza, Ele se tornou aquilo que nunca havia sido antes, mas não deixou de ser aquilo que sempre tinha sido em Sua natureza divina. Ele, que é Deus, não pode deixar de ser Deus. A glória da Sua natureza divina estava velada, de forma que aqueles que O viram não acreditaram que Ele era Deus. Suas mentes não podiam entender algo que eles nunca haviam conhecido antes, que uma e a mesma pessoa pudesse ser Deus e homem ao mesmo tempo. Todavia, aqueles que creem sabem que Ele, que é Deus, humilhou-se ao assumir a nossa natureza, a fim de salvar a Igreja para a eterna glória de Deus.[4]

          Uma pergunta que surge naturalmente é: por que era necessário que o Mediador fosse Deus e homem? Não poderia haver um outro mediador?

4.3.2.1.1. A necessidade da divindade do Redentor

No Catecismo Maior de Westminster, na pergunta 38, lemos:

Por que era indispensável que o Mediador fosse Deus?
R: …. para poder sustentar a natureza humana e guardá-la de cair sob a ira infinita de Deus e o poder da morte; para dar valor e eficácia aos seus sofrimentos, obediência e intercessão; e para satisfazer a justiça de Deus, conseguir o seu favor, adquirir um povo peculiar, dar a este povo o seu Espírito, vencer todos os seus inimigos e conduzi-lo à salvação eterna.

    De forma resumida, podemos dizer que a divindade do Redentor era necessária para que:

  1. Pudesse cumprir perfeitamente a Lei: É impossível a qualquer homem, cumprir totalmente a Lei de Deus (Rm 7.14-25).
  2. Revelasse Deus e a Sua salvação aos homens: Em Cristo nós conhecemos o Pai e temos a salvação eterna (Mt 11.27; Jo 1.18; 14.11-18/1Co 2.9-11).
  3. Derrotasse definitivamente a Satanás, tirando de seu domínio os pecadores escravizados (Hb 2.14-15; Jo 12.31; 16.11/Jo 14.30). [5]
  4. Suportasse o peso da culpa do pecado de Seu povo bem como a ira de Deus que cairia sobre Ele, como representante dos eleitos, libertando assim os Seus da maldição decorrente do não comprimento da Lei (Is 53.1-12; Mt 27.46; Gl 3.10-13).
  5. Pudesse se constituir num caminho perfeito e imaculado, conduzindo o homem a Deus. Esta obra ninguém poderia fazer, nenhum dos filhos de Adão, nem mesmo um anjo [6] (Jo 14.6; 1Tm 2.5;1Pe 3.18).
  6. Para que pudesse apresentar-Se como sacrifício perfeito e, aplicasse de forma eterna os Seus méritos ao Seu povo eleito (Hb 7.3,24-28; 9.24-25).

Maringá, 23 de novembro de 2022.

Rev. Hermisten Maia Pereira da Costa


[1] Conforme já citamos: “Não há glória real senão em Deus” (João Calvino, As Pastorais,São Paulo: Paracletos, 1998, (1Tm 1.17), p. 46). “Os filósofos pagãos não condenam toda ambição por glória. Entre os cristãos, porém, quem quer que seja ávido por glória é com justa razão acusado de ser possuidor de fútil e louca ambição, porquanto se divorcia da genuína glória. Para nós só a glória de Deus é legítima. Fora de Deus só há mera vaidade” (João Calvino, Gálatas, São Paulo: Paracletos, 1998, (Gl 5.26), p. 173). “Todas as glórias dos homens e dos anjos, colocadas em seu devido lugar, abrem caminho à glória de Cristo, para que somente ela venha a brilhar acima de todos eles incomparavelmente e sem impedimento algum” (João Calvino, Efésios, São Paulo: Paracletos, 1998, (Ef 1.21), p. 47).

[2]“Sabedoria essa que nenhum dos poderosos deste século conheceu; porque, se a tivessem conhecido, jamais teriam crucificado o Senhor da glória” (1Co 2.8). “Meus irmãos, não tenhais a fé em nosso Senhor Jesus Cristo, Senhor da glória, em acepção de pessoas” (Tg 2.1). “Tendo Jesus falado estas coisas, levantou os olhos ao céu e disse: Pai, é chegada a hora; glorifica a teu Filho, para que o Filho te glorifique a ti, assim como lhe conferiste autoridade sobre toda a carne, a fim de que ele conceda a vida eterna a todos os que lhe deste. E a vida eterna é esta: que te conheçam a ti, o único Deus verdadeiro, e a Jesus Cristo, a quem enviaste. Eu te glorifiquei na terra, consumando a obra que me confiaste para fazer; e, agora, glorifica-me, ó Pai, contigo mesmo, com a glória que eu tive junto de ti, antes que houvesse mundo” (Jo 17.1-5).

[3]“A encarnação – e o entendimento de seu propósito, a crucificação – é o clímax da graça condescendente de Deus” (William Hendriksen, O Evangelho de João, São Paulo: Cultura Cristã, 2004, (Jo 1.14), p. 117).

[4]John Owen, A Glória de Cristo, São Paulo: Publicações Evangélicas Selecionadas, 1989, p. 30.

[5] “Cristo enfrentou satanás face a face num combate singular, e o derrotou; na cruz Ele cumpriu a promessa feita ao homem no princípio, quando foi dito a Adão que a semente da mulher feriria a cabeça da serpente – isso estava no plano da salvação” (D.M Lloyd-Jones, Salvos desde a Eternidade, São Paulo: Publicações Evangélicas Selecionadas, 2005 (Certeza Espiritual: v. 1), p. 54-55).

[6] Ver: João Calvino, As Institutas, II.12.1.

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