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A Pessoa e Obra do Espírito Santo (471) - Hermisten Maia

A Pessoa e Obra do Espírito Santo (471)

7. O Ministério eficaz do Espírito em nossa vida diária (Continuação)

7.4. Dá-nos poder para testemunhar 

Conforme já vimos de modo detalhado, o Espírito capacita da Igreja a cumprir o que Jesus lhe ordenou. Isto Ele faz concedendo-lhe poder (At 1.8/4.8-13, 31). Somente o Espírito pode capacitar a Igreja a desempenhar de forma eficaz o seu ministério. O texto de At 1.8, resume bem o conteúdo do Livro de Atos:[1] A Igreja testemunha no poder do Espírito de Jesus (At 16.7).

7.5. Faz-nos Frutificar

Hoekema enfatiza com precisão que, “podemos ser salvos sem muitos dos dons do Espírito, mas não podemos ser salvos sem o fruto do Espírito”.[2]

            De fato, o Espírito nos transformou, concedendo-nos uma nova perspectiva da vida, produzindo em nós as virtudes cristãs, em oposição às obras anteriores, que estavam de acordo com o curso dos valores e ética deste mundo.

            Somente pelo Espírito, os homens que eram desobedientes, néscios, escravos de toda série de paixões e prazeres, podem ser agora solícitos na prática de boas obras (Tt 3.3-8; Gl 1.3-4/5.16-26). (Vejam-se:  Lc 10.21; Rm 15.13; Cl 1.8; 1Ts 1.6).

            Agostinho (354-430), de modo poético, diz: “….Ele chama e nós respondemos, não pela voz, mas pela fé; não pela língua, mas pela vida”.[3]

            No Catecismo de Heidelberg (1563), analisando a doutrina da Justificação, lemos: “Esta doutrina não torna as pessoas descuidadas e ímpias?”. Responde: “De forma alguma, pois é impossível que alguém que está enxertado em Cristo por uma verdadeira fé, não produza frutos de gratidão”. (Pergunta 64).

            Um crente seguro de sua salvação é um trabalhador ardoroso e fiel na causa de Cristo, não um espectador indolente com uma suposta fé bem fundamentada.

            O Espírito produz em nós uma unidade de propósito que tem como elemento agregador o amor (Gl 5.22-23/Fp 1.5,9). O amor é a forma que o mundo tem para reconhecer em nós a verdadeira fé cristã.[4] O Espírito em nós é identificado pelo seu fruto. O Espírito nunca é estéril naquele em que habita. Contudo, há um processo gradativo de maturidade espiritual marcado pelo nosso mais intenso conhecimento de Cristo (Fp 1.9-10) e submissão a Ele.

            O fruto do Espírito não é algo eventual ou esporádico, mas gradativo e sistemático. Somos conduzidos dia a dia a frutificar no Espírito. “A essência da vida cristã não é uma questão de rótulo, mas, sim, de amor; e amor não é uma questão de palavras, mas, sim, de ações”, resume Packer.[5]

  7.6. Concede-nos discernimento da vontade do Pai por intermédio da Palavra

           É o Espírito quem nos dá discernimento espiritual para entendermos a Palavra de Deus. Daí a necessidade do estudo sistemático e sincero da Palavra, acompanhado de oração, para que possamos entender a vontade de Deus para nós hoje (Sl 119.18/1Co 2.9-16).

            Packer é-nos instrutivo aqui:

O Espírito nos guia ajudando-nos a entender as diretrizes bíblicas, dentro das quais devemos nos manter, as metas bíblicas que devemos mirar e os modelos bíblicos que devemos imitar, bem como os maus exemplos que devemos tomar por advertência.

Ele nos guia por meio da oração e do conselho dos outros, dando-nos sabedoria para melhor seguirmos os ensinamentos bíblicos.[6]

O método regular de orientação empregado por Deus é a combinação de providência e instrução. Não podemos antecipar o que mais Ele possa fazer em um caso particular, porém  a sabedoria sempre nos será dada se formos suficientemente humildes e obedientes para recebê-la.[7]

Maringá, 08 de maio de 2022.

Rev. Hermisten Maia Pereira da Costa



[1]Outros chamam At 1.8 de “índice” do Livro. (Cf. John R.W. Stott, A Mensagem de Atos: até os confins da terra,São Paulo: ABU., 1994, p. 42).

[2] A.A. Hoekema, Salvos pela Graça,p. 51.

[3]Agostinho, Comentário aos Salmos,São Paulo: Paulus, (Patrística, 9/3), 1998, (Sl (102)101), v. 3, p. 31.

[4]“Nosso amor deve ser visivelmente estendido a toda a raça humana” (João Calvino,  Exposição de Hebreus, São Paulo: Paracletos, 1997, (Hb 6.10), p. 160).

[5] J.I. Packer, Força na fraqueza: vencendo no poder de Cristo,  São Paulo: Vida Nova, 2015, p. 71.

[6] J.I. Packer,  O Plano de Deus para Você, 2. ed. Rio de Janeiro: Casa Publicadora das Assembleias de Deus,  2005, p. 116.

[7]J.I. Packer, O Plano de Deus para Você, 2. ed. Rio de Janeiro: Casa Publicadora das Assembleias de Deus,  2005, p. 111.

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