A Pessoa e Obra do Espírito Santo (331)
6.4.7.5.1. A Igreja de Corinto é de Deus? (Continuação)
3) Tentativa pecaminosa de modelar a mensagem e seus líderes
De forma arrogante e grosseira, desejam modelar a mensagem a ser pregada pelos seus interesses e preferências. “Porque tanto os judeus pedem sinais, como os gregos buscam sabedoria” (1Co 1.22). É muito comum a percepção de que o que queremos é o que precisamos, como se ambos os conceitos se harmonizassem perfeitamente.
4) Fé apoiada em homens
Certamente por um gosto estético duvidoso e pelas preferências pessoais envolvendo estilo, forma, ênfase, simpatia pessoal e outros critérios estranhos à Palavra, elegiam seus líderes, certamente, pouco ou nada atentos à teologia. Parece-nos que conforme o partido que elegemos, por vezes, levianamente, nos confere suas supostas virtudes.
Mudando o que deve ser mudado, é como, pelo fato de eu admirar Calvino, Turretini, Kuyper e Bavinck, isso me tornasse herdeiro de sua teologia, lucidez e capacidade. O que, certamente, não preciso comentar sobre associação disparada que seria.
Paulo relembra com os irmãos a sua pregação entre eles:
Eu, irmãos, quando fui ter convosco, anunciando-vos o testemunho de Deus, não o fiz com ostentação de linguagem ou de sabedoria. 2 Porque decidi nada saber entre vós, senão a Jesus Cristo e este crucificado. 3 E foi em fraqueza, temor e grande tremor que eu estive entre vós. 4A minha palavra e a minha pregação não consistiram em linguagem persuasiva de sabedoria, mas em demonstração do Espírito e de poder, 5 para que a vossa fé não se apoiasse em sabedoria humana, e sim no poder de Deus. (2Co 2.1-5).
Quando, pois, alguém diz: Eu sou de Paulo, e outro: Eu, de Apolo, não é evidente que andais segundo os homens? (1Co 3.4).
5) Falta de compreensão da graça de Deus na vida de seus servos
Deus é quem, com graça e misericórdia, vocaciona seus servos conferindo-lhes talentos conforme a sua própria determinação e graça. No uso desses talentos devemos desenvolver com submissão o nosso ministério. Por isso mesmo, toda glória pertence a Deus.
26Irmãos, reparai, pois, na vossa vocação; visto que não foram chamados muitos sábios segundo a carne, nem muitos poderosos, nem muitos de nobre nascimento; 27pelo contrário, Deus escolheu as coisas loucas do mundo para envergonhar os sábios e escolheu as coisas fracas do mundo para envergonhar as fortes; 28e Deus escolheu as coisas humildes do mundo, e as desprezadas, e aquelas que não são, para reduzir a nada as que são; 29 a fim de que ninguém se vanglorie na presença de Deus. (1Co 1.26-29).
6Estas coisas, irmãos, apliquei-as figuradamente a mim mesmo e a Apolo, por vossa causa, para que por nosso exemplo aprendais isto: não ultrapasseis o que está escrito; a fim de que ninguém se ensoberbeça a favor de um em detrimento de outro. 7 Pois quem é que te faz sobressair? E que tens tu que não tenhas recebido? E, se o recebeste, por que te vanglorias, como se o não tiveras recebido? (1Co 4.6-7).
6) Infantilidade espiritual: Carnalidade
“1Eu, porém, irmãos, não vos pude falar como a espirituais (pneumatiko/j) (= Dominados pelo Espírito de Deus), e sim como a carnais (sarkiko/j) (= de acordo com a carne), como a crianças (nh/pioj) em Cristo. 2 Leite (ga/la) vos dei a beber, não vos dei alimento sólido (brw/ma); porque ainda não podíeis suportá-lo. Nem ainda agora podeis, porque ainda sois carnais” (1Co 3.1-2).
A despeito do intenso ensinamento que tiveram, só conseguiam digerir, e ainda assim com dificuldade, alimento líquido. Permaneceiam culposamente infantis espiritualmente. A espiritualidade se revela também em discernimento: “Disto também falamos, não em palavras ensinadas pela sabedoria humana, mas ensinadas pelo Espírito, conferindo coisas espirituais (pneumatiko/j) com espirituais (pneumatiko/j)” (1Co 2.13).
Os coríntios em sua imaturidade não tinham discernimento para entender o que Paulo e Apolo os ensinavam. A infantilidade é fundamental e bem-vinda na infância. No entanto, na vida adulta passa a ser reprovável, revelando algum tipo de problema:
11A esse respeito temos muitas coisas que dizer e difíceis de explicar, porquanto vos tendes tornado tardios em ouvir. 12 Pois, com efeito, quando devíeis ser mestres, atendendo ao tempo decorrido, tendes, novamente, necessidade de alguém que vos ensine, de novo, quais são os princípios elementares dos oráculos de Deus; assim, vos tornastes como necessitados de leite e não de alimento sólido. (Hb 5.11-12).
Na infantilidade culposa, perde-se a oportunidade de crescimento:
Leite vos dei a beber, não vos dei alimento sólido; porque ainda não podíeis suportá-lo. Nem ainda agora podeis, porque ainda sois carnais” (1Co 3.2).
12Pois, com efeito, quando devíeis ser mestres, atendendo ao tempo (xro/noj) decorrido, tendes, novamente, necessidade de alguém que vos ensine, de novo, quais são os princípios elementares (stoixei=on) (= rudimentos) dos oráculos de Deus; assim, vos tornastes como necessitados de leite e não de alimento sólido.13Ora, todo aquele que se alimenta de leite é inexperiente na palavra da justiça, porque é criança. 14 Mas o alimento sólido é para os adultos, para aqueles que, pela prática, têm as suas faculdades exercitadas para discernir não somente o bem, mas também o mal. (Hb 5.12-14).
13até que todos cheguemos à unidade da fé e do pleno conhecimento do Filho de Deus, à perfeita varonilidade, à medida da estatura da plenitude de Cristo, 14para que não mais sejamos como meninos (nh/pioj) (= “bebê”, “imaturo”, “criança pequena”), agitados de um lado para outro e levados ao redor por todo vento de doutrina, pela artimanha dos homens, pela astúcia com que induzem ao erro. (Ef 4.13-14).
7) Imoralidade e arrogância
“Geralmente, se ouve que há entre vós imoralidade (pornei/a)(= prostituição, devassidão) e imoralidade (pornei/a) tal, como nem mesmo entre os gentios, isto é, haver quem se atreva a possuir a mulher de seu próprio pai. 2E, contudo, andais vós ensoberbecidos (fusio/w) e não chegastes a lamentar, para que fosse tirado do vosso meio quem tamanho ultraje praticou?” (1Co 5.1-2).
“Já estais fartos, já estais ricos; chegastes a reinar sem nós; sim, tomara reinásseis para que também nós viéssemos a reinar convosco” (1Co 4.8).
8) Paulo roga em favor da unidade da igreja
“Rogo-vos (parakale/w), irmãos, pelo nome de nosso Senhor Jesus Cristo, que faleis todos a mesma coisa e que não haja entre vós divisões (sxi/sma) (= destruição da unidade pelo uso de força); antes, sejais inteiramente unidos, na mesma disposição mental (nou=j) (= O intelecto em sua capacidade de observar, julgar e discernir) e no mesmo parecer (gnw/mh) (= julgamento, convicção, opinião)” (1Co 1.10).
Maringá, 02 de novembro de 2021.
Rev. Hermisten Maia Pereira da Costa