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A Pessoa e Obra do Espírito Santo (303) - Hermisten Maia

A Pessoa e Obra do Espírito Santo (303)

2) Positivamente considerando (Continuação)

14) Justo: (di/kaioj = reto) Tt 1.8.[1] A justiça denota a conformidade com a Lei de Deus e dos homens, vivendo em harmonia com elas, procurando vivenciar a Lei de Deus entre os homens.

          Como vimos, a justiça é inerente ao conceito de Deus no Antigo Testamento, fazendo parte de sua própria essencialidade bem como ocupa um lugar central em todas as relações humanas. O padrão que deve reger nossas relações é o princípio de justiça estabelecido na Lei de Deus.[2]

          O presbítero deve agir com justiça, conformando o seu pensamento, vontade e decisões à Palavra de Deus. O senso de justiça cultural que nos influencia fortemente e, de modo quase imperceptível, deve ser avaliado à luz das Escrituras. Ser justo dentro dos molde de uma cultura não significa necessariamente, ser justo biblicamente.

          15) Piedoso: (o)/sioj) Tt 1.8.[3] “Devoto”, “santo”. Enquanto a justiça ressalta a atitude do homem na sociedade, a “piedade” destaca o seu relacionamento, a sua consagração a Deus.[4]

          No entanto, essa distinção não pode ser tão rígida. Paulo diz que a piedade para tudo é proveitosa (1Tm 4.8). Desse modo, a piedade deve caracterizar e reger a nossa vida.[5]

          Façamos uma pequena digressão.

Em 1556, Calvino comentando o texto de 1Tm 6.3,[6] diz que “[a doutrina] só será consistente com a piedade se nos estabelecer no temor e no culto divino, se edificar nossa fé, se nos exercitar na paciência e na humildade e em todos os deveres do amor”.[7]

 A genuína piedade bíblica (Euse/beia)[8] começa pela compreensão correta do mistério de Cristo, conforme nos diz Paulo: “Evidentemente, grande é o mistério da piedade: Aquele que foi manifestado na carne foi justificado em espírito, contemplado por anjos, pregado entre os gentios, crido no mundo, recebido na glória” (1Tm 3.16).

 A piedade era a tônica do ministério pastoral de Paulo. É deste modo que ele inicia a sua Carta a Tito: “Paulo, servo de Deus e apóstolo de Jesus Cristo, para promover (kata/)[9] a fé que é dos eleitos (e)klekto/j)[10] de Deus e o pleno conhecimento da verdade segundo a piedade” (Tt 1.1). Portanto, devemos indagar sempre a respeito de doutrinas consideradas evangélicas, se elas, de fato, contribuem para a piedade. A genuína ortodoxia será plena de vida e piedade.[11]

          Paulo diz que é apóstolo da parte de Jesus Cristo comprometido com a fé que é dos eleitos de Deus. Diferentemente dos falsos mestres, que se ocupavam com fábulas e mandamentos procedentes da mentira (Tt 1.14),[12]  O apóstolo tinha diante de si o propósito de promover a fé dos crentes em Cristo Jesus.

A fé que é dos eleitos, portanto, deve ser desenvolvida no pleno conhecimento (e)pi/gnwsij)[13] da verdade (a)lh/qeia). Ou seja, a nossa salvação se materializa em nosso conhecimento intensivoe qualitativamente completo da verdade. Contudo, este conhecimento da verdade, longe de arrogante e autossuficiente, está relacionado com a piedade: “segundo a piedade (eu)se/beia).[14]

          O verdadeiro conhecimento de Deus é cheio de piedade. Piedade caracteriza a atitude correta para com Deus, englobando temor, reverência, adoração e obediência. Ela é a palavra para a verdadeira religião.[15] Paulo diz que a piedade para tudo é proveitosa, não havendo contraindicação: “Pois o exercício físico para pouco é proveitoso (w)fe/limoj), mas a piedade para tudo é proveitosa (w)fe/limoj),[16] porque tem a promessa da vida que agora é e da que há de ser” (1Tm 4.8).

Maringá, 28 de setembro de 2021.

Rev. Hermisten Maia Pereira da Costa


[1]Mt 1.19; 5.45; 9.13; 10.41 (três vezes); 13.17, 43,49; 20.4; 23.28,29,35 (duas vezes); 25.37,46; 27.19; Mc 2.17; 6.20; Lc 1.6,17; 2.25; 5.32; 12.57; 14.14; 15.7; 18.9; 20.20; 23.47,50; Jo 5.30; 7.24, 17.25; At 3.14; 4.19; 7.52; 10.22; 22.14,15; Rm 1.17; 2.13; 3.10,26; 5.7,19; 7.12; Gl 3.11; Ef. 6.1; Fp 1.7; 4.8; Cl 4.1; 2Ts 1.5,6; 1Tm 1.9; 2Tm 4.8; Tt 1.8; Hb 10.38; 11.4; 12.23; Tg 5.6,16; 1Pe 3.12,18; 4.18; 2Pe 1.13; 2.7,8 (2 vezes) ; 1Jo 1.9; 2.1; 2.29; 3.7 (duas vezes), 12; Ap 15.3; 16.5,7; 19.2; 22.11.

[2]“Na Lei de Deus nos é apresentado um padrão perfeito de toda a justiça que pode, com razão, ser chamada de vontade eterna do Senhor. Deus condensou completa e claramente nas duas tábuas tudo o que Ele requer de nós. Na primeira tábua, com uns poucos mandamentos, Ele prescreve qual é o culto agradável à Sua majestade. Na segunda tábua, Ele nos diz quais são os ofícios de caridade devidos ao nosso próximo. Ouçamos a Lei, portanto, e veremos que ensinamentos devemos tirar dele e, similarmente, que frutos devemos colher dela” (João Calvino, Instrução na Fé, Goiânia, GO: Logos Editora, 2003,Cap. 8, p. 21).

[3] * At 2.27; 13.34,35; 1Tm 2.8; Tt 1.8; Hb 7.26; Ap 15.4; 16.5.

[4] Veja-se: João Calvino, As Pastorais, (Tt 1.8), p. 312-313.

[5]Veja-se: Herman Bavinck, Dogmática Reformada, São Paulo: Cultura Cristã, 2012, v. 1, p. 43.

[6]“Se alguém ensina outra doutrina e não concorda com as sãs palavras de nosso Senhor Jesus Cristo e com o ensino segundo a piedade, é enfatuado, nada entende, mas tem mania por questões e contendas de palavras, de que nascem inveja, provocação, difamações, suspeitas malignas, altercações sem fim, por homens cuja mente é pervertida e privados da verdade, supondo que a piedade é fonte de lucro” (1Tm 6.3-5).

[7]João Calvino, As Pastorais,São Paulo: Paracletos, 1998, (1Tm 6.3), p. 164-165.

[8]*At 3.12; 1Tm 2.2; 3.16; 4.7,8; 6.3,5,6,11; 2Tm 3.5; Tt 1.1; 2Pe 1.3,6,7; 3.11.

[9]Kata/ quando estabelece relação, tem o sentido de “de acordo com a”, “com referência à”. No texto, pode ter o sentido de “segundo a fé que é dos eleitos”, “no interesse de”, “promover”, etc. (Mc 7.5; Lc 1.9,38; 2.22,24,29; Jo 19.7; At 24.14; Cl 1.25,29; 2Tm 1.1,8,9; Hb 7.5).

[10] *Mt 22.14; 24.22,24,31; Mc 13.20,22,27; Lc 18.7; 23.35; Rm 8.33; 16.13; Cl 3.12; 1Tm 5.21; 2Tm 2.10; Tt 1.1; 1Pe 1.1; 2.4; 1Pe 2.6,9; 2Jo 1,13; Ap 17.14.

[11] “A ortodoxia, ser um cristão que crê na Bíblia, sempre tem duas faces. Tem uma face no credo e uma face na prática, e Cristo frisa que este deve ser o caso aqui. A ortodoxia morta é sempre uma contradição de termos, e claramente aqui não seria diferente; ser um cristão que crê na Bíblia exige humildade com respeito a outros no corpo de Cristo” (Francis A. Schaeffer, Não Há Gente Sem Importância, São Paulo: Cultura Cristã, 2009, p. 25).

[12]“E não se ocupem com fábulas judaicas, nem com mandamentos de homens desviados da verdade” (Tt 1.14).

[13]* Rm 1.28; 3.20; 10.2; Ef 1.17; 4.13; Fp 1.9; Cl 1.9,10; 2.2; 3.10; 1Tm 2.4; 2Tm 2.25; 3.7; Tt 1.1; Fm 6; Hb 10.26; 2Pe 1.2,3,8; 2.20.

[14]*At 3.12; 1Tm 2.2; 3.16; 4.7,8; 6.3,5,6,11; 2Tm 3.5; Tt 1.1; 2Pe 1.3,6,7; 3.11.

[15] Ver: William Barclay, Palavras Chaves do Novo Testamento, São Paulo: Vida Nova, 1988 (reimpressão), p. 73-80.

[16] Este adjetivo que, no Novo Testamento só é empregado por Paulo, é aplicado às boas obras (Tt 3.8) e à Palavra inspirada de Deus em sua aplicação às nossas necessidades (2Tm 3.16).

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