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Uma fé que investiga e uma ciência que crê (16) - Hermisten Maia

Uma fé que investiga e uma ciência que crê (16)

    1) Poderoso e sábio Criador

A Criação de Deus é com frequência tomada como pressuposição do seu poder e realeza. O Senhor criou todas as coisas conforme sua deliberação e poder.

A doutrina da Criação nos fala do poder todo-suficiente de Deus e de nossa total dependência daquele que nos criou e preserva. Somente Deus, pelo seu poder, pode do nada tudo criar e, ao mesmo tempo, no exercício de seu poder, preservar todas as coisas, visíveis e invisíveis, conhecidas e ignoradas por nós. A criação é a expressão do Deus que pensa e cria, sem inspiração alguma fora de sim mesmo. Na criação vemos delineados aspectos do ser de Deus, de sua sabedoria, bondade e poder.[1]

Bavinck enfatiza: “A doutrina da criação a partir do nada ensina a absoluta soberania de Deus e a absoluta dependência humana. Se uma partícula não tivesse sido criada do nada, Deus não seria Deus”.[2]

            Não há um pedaço, um “cantinho” do universo que não tenha sido criado por Deus. Não há vida fora de Deus.

            Portanto, um dos aspectos fundamentais da soberania de Deus repousa no fato dele ter criado todo o universo e a nós conforme sua deliberação e graça. Vejamos a expressão dessa realidade em alguns salmos:

Os céus por sua palavra se fizeram, e, pelo sopro de sua boca, o exército deles. (Sl 33.6).

          Vinde, adoremos e prostremo-nos; ajoelhemos diante do SENHOR, que nos criou. (Sl 95.6).

Sabei que o SENHOR é Deus; foi ele quem nos fez, e dele somos; somos o seu povo e rebanho do seu pastoreio. (Sl 100.3).

Que variedade, SENHOR, nas tuas obras! Todas com sabedoria as fizeste; cheia está a terra das tuas riquezas. (Sl 104.24).

          O meu socorro vem do SENHOR, que fez o céu e a terra. (Sl 121.2).

         A Bíblia atesta que Deus faz todas as coisas conforme o conselho da sua vontade (Ef 1.11), conforme o seu santo prazer e deliberação (Sl 115.3). Todos os seus atos, livres como são, constituem-se em manifestações do seu soberano poder e da sua infinita sabedoria (Pv 3.19; Rm 11.33).

            O salmista diz que a inteligência do Senhor é incomensurável: “Grande (lAdG”) (gadol) é o Senhor nosso e mui poderoso; o seu entendimento (hn”WbT.)(tebunah) não se pode medir” (Sl 147.5).

E esta sabedoria se manifestou na criação: “Àquele que com entendimento (hn”WbT.) (tebunah) fez os céus, porque a sua misericórdia dura para sempre” (Sl 136.5).

            Jeremias escreve: “O Senhor fez a terra pelo seu poder; estabeleceu o mundo por sua sabedoria (hm’k.x’) (chokmah), e com a sua inteligência (!WbT’) (tabuwn (judiciosamente,[3] entendimento[4]) estendeu os céus”(Jr 10.12).

            No livro de Jó lemos: “Eis que Deus se mostra grande em seu poder!” (Jó 36.22).

            A Criação é resultado da vontade e do poder criador de Deus, revelando aspectos da sua majestade e grandeza. (Gn 1.1,26,27; Sl. 148.5; Is 44.24; Jr 32.17; Rm 1.20; 4.17; 2Co 4.6; Hb 11.3; Ap 4.11). “Toda a criação nada mais é do que a cortina visível por detrás da qual irradia a operação excelsa desse pensamento divino”, interpreta Kuyper.[5]

            Na criação em geral e na formação do homem em especial, encontramos a concretização precisa do decreto eterno de Deus. O homem é o produto da vontade de Deus: “Tudo quanto aprouve ao Senhor ele o fez, nos céus e na terra, no mar e em todos os abismos” (Sl 135.6).

            Assim, o homem não foi criado por um insensível acaso, por uma catástrofe cósmica ou por uma complicada mistura de gases e matérias. O homem foi formado por Deus de acordo com a sua sábia e soberana vontade (Gn 2.7; Rm 11.33-36).[6]

            O salmista louva e convida os fiéis a louvarem a Deus considerando o seu poder na Criação: “Louvem o nome do Senhor, pois mandou ele, e foram criados” (Sl 148.5).[7]

            Na Criação nos deparamos já de início com o Deus que fala e age com poder. O seu poder “é a primeira coisa evidente na história da criação (Gn 1.1)”, destaca Charnock (1628-1680).[8] De fato, a criação do nada nos fala de seu infinito e incompreensível poder.[9]

            Davi contemplando a majestosa criação de Deus, escreveu: “Graças te dou, visto que por modo assombrosamente (arey”) (yare’) maravilhoso (hl’P’) (palah) me formaste; as suas obras são admiráveis, e a minha alma o sabe muito bem”(Sl 139.14).[10]

Maringá, 06 de abril de 2020.

Rev. Hermisten Maia Pereira da Costa


[1]Veja-se: Abraham Kuyper,  Sabedoria & Prodígios: Graça comum na ciência e na arte,  Brasília, DF.: Monergismo, 2018, p. 35-39.

[2]Herman Bavinck, Dogmática Reformada: Deus e a Criação, São Paulo: Cultura Cristã, 2012, v. 2, p. 427.

[3] Sl 49.4.

[4] Sl 136.5; 147.5.

[5]Abraham Kuyper, Sabedoria & Prodígios: Graça comum na ciência e na arte,  Brasília, DF.: Monergismo, 2018, p. 38.

[6] “A origem da humanidade não é, de acordo com o nosso texto [Gn 1.26], o resultado de acontecimentos fortuitos que ocorreram por meio de eras prolongadas de tempo” (Gerard van Groningen, Criação e Consumação, São Paulo: Cultura Cristã, 2002, v. 1, p. 76).

[7]Como indicativo histórico extra bíblico do conceito judeu referente à criação do mundo como sendo proveniente do nada, citamos o livro apócrifo de Macabeus, que diz: “Suplico-te, meu filho, que olhes para o céu e para a terra e para todas as coisas que há neles, e que penses bem que Deus as criou do nada, assim como a todos os homens” (2Mac 7.28).

[8]Stephen Charnock, Discourses Upon The Existence and Attributes of God,9. ed. Michigan: Baker Book House, 1989, v. 2, p. 36.

[9]Cf. Stephen Charnock, Discourses Upon The Existence and Attributes of God, v. 2, p. 38.

[10] “Ao único que opera grandes (lAdG”) (gadol) maravilhas (al’P’) (pala), porque a sua misericórdia dura para sempre” (Sl 136.4).

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